Antigos estudantes querem colocar o país no mapa das actividades globais de astronomia
Antigos estudantes da Faculdade de Ciências da UEM tencionam colocar o país no mapa das actividades de astronomia que são realizadas a nível global, incluindo participar e acolher eventos internacionais. Com o efeito, acabam de criar a Associação Moçambicana de Astronomia (AMAS), cujo lançamento oficial decorreu ontem (28.02), no Campus Principal da UEM, em Maputo.
Além de acolher eventos internacionais, os antigos estudantes querem dinamizar a produção da pesquisa na área de astronomia, um campo científico ainda novo no território nacional e que urge promover a sua divulgação com vista ao seu crescimento.
Outrossim, a criação de uma instituição como o AMAS, segundo os seus mentores, vai ajudar a congregar astrónomos nacionais, incluindo parte considerável de jovens moçambicanos que se encontram a estudar fora do país.
Os proponentes da agremiação consideram que a astronomia está a avançar de forma estrondosa na região e no continente africano, havendo, por isso, a necessidade de estabelecer bases sólidas no território nacional, de modo que, também, esta área de conhecimento se possa desenvolver em Moçambique.
A Presidente da Agremiação, Yara Simango, apontou, a título de exemplo, algumas realizações que tem estado a acontecer neste campo de ensino ao nível da região austral de África. Fez saber que o país vizinho, África do sul, lecciona mais de 10 cursos na área de astronomia nos níveis de licenciatura, mestrado e doutoramento, além de possuir grandes observatórios de reconhecido mérito internacional.
“A Namíbia tem um telescópio de observação de raios cósmicos e, em Botswana, já existe uma associação de astronomia que trabalha em colaboração com a Universidade Nacional de Botswana, para pesquisa em Astronomia”, disse.
Segundo a fonte, muitos jovens moçambicanos que se encontram a frequentar a pós-graduação no exterior já estão a produzir artigos científicos que serão publicados nas revistas de especialidade, ostentando instituições de ensino superior estrangeiras, por isso, a AMAS tenciona congrega-los, de modo a produzir pesquisas no solo pátrio e, dessa forma, também conferir prestígio internacional a instituições nacionais. “São cérebros moçambicanos a trabalhar para instituições que não são do nosso país”, frisou.
O Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, que foi para testemunhar o lançamento oficial da agremiação, numa curta intervenção, elogiou a iniciativa, tendo afirmado que a Universidade se sente orgulhosa e garantiu apoio institucional para a agremiação. “A minha esperança é que voltem para o país para fazer jus ao investimento feito para a vossa formação”, concluiu.