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UEM renova compromisso com a preservação da herança cultural

Com discursos inspiradores e reflexões profundas, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) voltou a colocar o património africano no centro do debate público. Especialistas e académicos reuniram-se na Terça-feira (13/05), no campus principal da UEM, para assinalar o Dia Mundial do Património Africano, com um firme apelo à acção: é urgente proteger, valorizar e transmitir às futuras gerações a riqueza do património cultural e natural do continente.

O evento, promovido pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais (FLCS), foi mais do que uma celebração – foi um espaço de diálogo intergeracional e interdisciplinar, onde se discutiram desafios, oportunidades e caminhos concretos para a salvaguarda do património africano, com especial enfoque em Moçambique.

A Secretária-Geral da Comissão Nacional para a UNESCO, Élia Bila, destacou os passos dados por Moçambique desde a sua adesão à organização, em 1976, com a ractificação de três importantes convenções culturais. Entretanto, observou que continua sob apreciação do Governo um dossier sobre a convenção do património cultural sub-aquático com a participação notável da UEM relacionado com a Ilha de Moçambique, declarado património mundial pela UNESCO.

Para Bila, preservar o património não é apenas uma questão técnica ou académica – é um compromisso com as comunidades, com as suas identidades, aspirações e memórias vivas. As acções de salvaguarda devem sempre considerar as necessidades e desejos das populações, para que estas se sintam verdadeiramente donas e guardiãs do seu património, anotou.

Também o Director-adjunto para Investigação e Extensão da FLCS, Prof. Doutor Carlitos Companhia, reiterou o papel da UEM como guardiã do conhecimento e promotora da cultura africana, pois é através da investigação que conseguimos gerar respostas sustentáveis para os desafios da preservação do nosso património.

A Chefe do Departamento de Antropologia e Arqueologia da FLCS, Prof.ª Doutora Sandra Manuel, reforçou essa ideia, sublinhando o papel formativo do evento: “o nosso trabalho é analítico, reflexivo, mas os resultados são de muita valia para os implementadores encontrarem pontos para a realização dos seus trabalhos diários”, frisou.

Desde 2021, o Dia Mundial do Património Africano é celebrado de forma institucional na UEM, fruto de uma iniciativa do Conselho Científico da FLCS. Criada pela UNESCO em 2015, a data procura reconhecer o valor do património africano e da diáspora africana para a cultura mundial, ao mesmo tempo que alerta para as ameaças que enfrenta – das mudanças climáticas aos conflitos armados, passando pela caça furtiva e pelo desinteresse institucional.

Num mundo em constante transformação, o património africano exige mais do que celebração: precisa de acção, financiamento, inovação e, sobretudo, de um compromisso real com a sua valorização e protecção. A UEM reafirmou essa missão – com voz firme, espírito crítico e olhar voltado para o futuro.