Diagnóstico tardio do Cancro da Mama no País
Mais da metade dos casos no HCM acabam em morte
Mais da metade das mulheres com cancro da mama, que dão entrada no Hospital Central de Maputo, morrem devido ao diagnóstico tardio, uma vez que este é feito em fases avançadas da doença, não sendo possível o seu tratamento.
Em 2022, por exemplo, dos 2048 pacientes com novos casos de cancro da mama, que deram entrada no maior hospital de referência, no país, 1207 acabaram em morte, devido ao diagnóstico tardio.
As estatísticas indicam que 12 em cada 100 novos casos de todos os cancros na mulher, que entram naquela unidade, são cancro da mama. Estes dados foram revelados durante uma palestra sobre a importância do rastreio dos
cancros da mama e da próstata, proferida por especialistas em Anatomia Patológica, do Hospital Central de Maputo, Dr,ª Edília Botão e Manuela Veterano, no âmbito da Semana de Género na UEM, integrado na celebração dos 16 dias de activismo sobre a violência praticada contra mulheres e raparigas.
A especialista Edília Botão, que abordou sobre o cancro da mama, avançou alguns factores de risco que não podem ser controlados, nomeadamente mulheres acima dos 50 anos, que tenham histórico familiar, mulheres com tecido mamário mais denso, que podem dobrar o risco de desenvolver cancro da mama.
Fez saber que o cancro da mama também ocorre em homens mas, nesses casos, é muito mais agressivo devido à constituição da mama masculina.
Entretanto, algumas atitudes podem ajudar na prevenção, nomeadamente evitar o sedentarismo, praticar exercícios físicos, optar por alimentação saudável, evitar o álcool, o tabagismo e evitar a obesidade.
Alguns sintomas podem ser detectados, tais como a secreção no mamilo, caroco na axila, inchaço em toda a mama, dor na mama ou mamilo, entre outros.
A Especialista Manuela Veterano também apelou à adopção de práticas saudáveis para diminuir o risco do cancro da próstata, que afecta os homens, uma vez que este não apresenta nenhum sintoma, devido ao seu crescimento lento.
Só na fase avançada da doença podem ser detectados alguns sintomas como a redução do jacto da urina, necessidade frequente de urinar, dificuldade de iniciar a urinar, entre outros.
Na abertura do evento, o Director Científico da UEM, Prof. Emílio Tostão, em representação do Magnífico Reitor, disse que o certame constitui um espaço para a partilha de instrumentos normativos e do conhecimento importante para a garantia do bem-estar de mulheres e homens.
“Na UEM, a institucionalização da Semana do Género simboliza a priorização do tratamento da temática do género que tem vindo a desenvolver acções na área de ensino e aprendizagem, investigação e extensão e inovação, visando promover a igualdade de género”, disse.
Para o Director Científico, as comemorações da Semana de Género, na UEM, devem constituir um momento de reflexão ampla no envolvimento de cada um nas várias iniciativas de intervenção e combate à violência.
A Directora do Centro de Coordenação dos Assuntos de Género (CeCAGe), Prof.ª Doutora Gracinda Mataveia, explicou os motivos para a realização destas palestras, com o objectivo de munir a comunidade universitária sobre a importância do rastreio precoce e sensibilizar sobre o uso dos serviços de saúde para permitir diagnóstico precoce.
Este ano, as comemorações dos 16 dias do Activismo contra a violência praticada contra mulheres e raparigas, a nível nacional, decorre sob o lema “Unidos para acabar com a violência contra as mulheres, rumo aos 30 anos da Declaração de Pequim”.
A nível internacional, os 16 dias de Activismo decorrem sob o lema “Rumo aos 30 anos da Declaração e Plataforma de Accão de Pequim: unidos para acabar com a violência contra as mulheres”. Na UEM, a Semana de Género decorre de 27 de Novembro a 01 de Dezembro.