13ª Conferência de ciências agronómicas: Evento internacional vai partilhar resultados de pesquisas no sector agrário
A UEM vai acolher, de 16 a 19 de Setembro próximo, a 13ª Conferência da Sociedade Africana de Ciências Agronómicas. O evento internacional vai juntar, na capital do país, mais de 400 cientistas, inovadores, agricultores, empresários, agroindustriais, educadores e decisores políticos, envolvidos em cadeias de valor relacionada com a agricultura em África.
Com efeito, esta Quinta-feira (09/05), teve lugar, em Maputo, o pré-lançamento, através da realização de uma conferência de imprensa, que serviu para dar a conhecer o evento, os principais eixos temáticos, bem como os critérios de participação.
Durante a conferência de 4 dias, serão apresentados os resultados mais recentes da pesquisa em ciências agrárias, inovação tecnológica e discutido o caminho a seguir para alcançar oportunidades de subsistência mais resiliente, aumento da segurança alimentar e nutricional e crescimento do agronegócio para o desenvolvimento económico e social em África.
A Vice-Reitora Académica da UEM, Profª. Doutora Amália Uamusse, que presidiu a conferência de imprensa, admitiu que, em muitos países, está em curso a transformação do sistema de uma agricultura de subsistência para uma mais comercializada e integrada em cadeias de valor nacionais e internacionais, impulsionadas por pequenas e médias empresas do sector privado.
Estes desenvolvimentos, segundo a Vice-Reitora, estão a criar novas oportunidades de crescimento para agricultura africana. Todavia, o crescimento agrário sustentável em África ainda enfrenta vários desafios, entre os quais, a insegurança alimentar e subnutrição, que continuam a ser uma grande preocupação em todo o continente. Dada a situação, se não forem tomadas medidas, serão agravados pelo elevado crescimento demográfico.
“A estagnação e a baixa produtividade devido à falta de factores de produção são também um dos principais desafios que a agricultura africana enfrenta, uma vez que o aumento da produção tem sido, principalmente, o resultado do aumento da população e da expansão da área”, disse.
Acrescentou que o impacto das alterações climáticas é outro desafio que a agricultura em África enfrenta, bem como a elevada taxa do aumento da temperatura, que estão a ser acompanhadas pelo aumento da ocorrência de secas. Estas secas tendem a ser mais extensivas em África em comparação com a maior parte das regiões do mundo.
No evento, a Vice-Reitora Académica reiterou que a UEM está comprometida com o desenvolvimento do país, através da sua missão de ensino, investigação, extensão e inovação e o seu papel fundamental na capacitação da próxima geração de técnicos, produtores e investigadores agrários na criação e disseminação do conhecimento e no desenvolvimento de inovações que vão suportar a transformação agrária em Moçambique e em África.
“Por isso, para nós, a conferência que hoje lançamos, assume-se de grande relevância para a UEM e Moçambique, em particular, e para a África, em geral’’, disse.
Na ocasião, a Presidente da Sociedade Africana de Ciências Agronómicas, Profª. Doutora Luísa Santos, disse que a conferência vai permitir a partilha de conhecimentos entre produtores e agricultores. “Com isso, esperamos que os produtores tenham mais informação que lhes vai permitir melhorar as suas práticas e os investigadores recebam o feedback dos agricultores, relativos aos aspectos a serem melhorados nas pesquisas”.
A representante do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) Dra. Otília Tomo garantiu que aquela instituição vai proceder a uma selecção rigorosa das pesquisas a serem apresentadas durante o evento de Setembro.
A 13ª Conferência da Sociedade Africana de Ciências Agronómicas vai decorrer sob o lema “Construindo o Futuro de África: Investigação e Inovação Agrícola para a Transformação Agrária, Resiliência e Inclusão”.
A Conferência vai decorrer em torno de três temas principais, nomeadamente sistemas de produção agrícola para uma produção sustentável, economicamente viável e eficiente, desde o plantio até o processamento, comercialização e consumo; Resiliência para reduzir o impacto das mudanças climáticas dos riscos associados às catástrofes relacionadas ao clima; e Inclusão para a participação das mulheres na agricultura e no mercado.
O evento é organizado pela Universidade Eduardo Mondlane, através da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, em parceria com a Sociedade Africana de Ciências Agronómicas (ACSS), o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), o Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG) e o Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM).