Filósofo defende reconciliação como desafio do país
O filósofo moçambicano, Professor Doutor José Castiano, defendeu que, um dos grandes desafios que o país enfrenta é a reconciliação, explicando que o acto não deve envolver apenas o partido no poder e a oposição, sugerindo, deste modo, uma reconciliação epistémica e política.
O académico falava, recentemente, no Campus Principal da UEM, por ocasião do lançamento do livro intitulado “Renascimento Africano: retrospectivas e perspectivas”, de autoria do docente da Faculdade de Filosofia, Mestre Ergimino Mucale.
Explicou que o segundo desafio passa pela constituição da democracia que, no seu entendimento, nasceu de uma liberdade maior, i.e., a independência, herdando, assim, a história de partido único.
“Mas, neste momento, temos vários partidos e reina a questão de não os olhar como estando ligados ao Estado, mas sim, priorizar-se a democratização fora desta ligação quase que intrínseca entre o partido e o Estado”, explicou.
Segundo o filósofo, o desafio económico, que não pode ser deixado de lado, requer muito investimento na educação e no processo de crescimento de Moçambique.
Na mesma perspectiva, o Professor Doutor Severino Nguenha defendeu que a filosofia tem também o seu papel na construção do país, explicando que os filósofos têm a vocação de procurar um mundo cada vez mais humano.
“Como africanos, quando citamos ou incitamos o renascimento africano, é para uma África melhor, um Moçambique melhor, mais aberto, mais humano, distributivo e democrático. O mundo em que vivemos é extremamente paradoxal, ele coabita muito bem com as democracias ligadas, paz e turbulências constantes e coabita também com fraternidade e conflito”, defendeu o filósofo, argumentando que há uma tendência de se voltar ao passado, em que o mundo era caracterizado por guerras.