Para criação de uma agência espacial no país, UEM e INCM unem esforços
O governo moçambicano pretende criar uma Agência Espacial, um projecto de satélites, que para a sua materialização vai precisar de quadros moçambicanos altamente qualificados, principalmente com conhecimentos técnicos profundos na área de astrofísica.
Além da formação interna esses quadros deverão ser submetidos a especializações no exterior, incluindo formação nos níveis de mestrado e doutoramento para que então o país seja capaz de acompanhar o desenho, as especificações e a construção do satélite.
Na manhã desta quarta-feira (17.4), o Instituto Nacional das Comunicações e a UEM assinaram um memorando de entendimento que, entre outros, visa a integração da UEM, como instituição académica de referência, em todo esse processo de concepção que vai culminar com a criação da primeira agência espacial do país.
O PCA do INCM, Dr.Tuaha Mote, quer que a UEM aprimore mais a formação de técnicos na área de astrofísica por considerar serem potenciais quadros a serem integrados em formações de especialização no exterior na área de educação espacial e, dessa forma, possam contribuir, a breve trecho, no desiderato do país, em se tornar pela primeira vez, numa nação espacial.
Ainda no acto do memorando, o PCA da Autoridade Reguladora das Comunicações fez saber que, aquela instituição conta com a capacidade técnica da UEM, para a realização de um estudo de pesquisa de mercado para a implantação de uma quarta operadora de telefonia móvel a operar no mercado moçambicano.
Disse que neste momento as operadoras existentes não estão a avançar na implantação de infraestruturas de telecomunicações à velocidade que o Estado deseja, pelo que, a criação de uma quarta operadora seria para suprir esse ‘gape’ em termos de cobertura por forma a garantir a inclusão digital e melhorar a conectividade.
O estudo vai definir se existe demanda no mercado para uma quarta operadora que, devido a concorrência, poderia obrigar a redução dos custos das comunicações e melhorar os serviços.
“Temos que ter a certeza que será um mercado rentável, porque ninguém investe para perder dinheiro, por isso requer-se um estudo com dados científicos e validados, que vai determinar se o mercado permanece rentável em caso de uma nova operadora”, frisou.
O dirigente da instituição reguladora das comunicações no país manifestou desejo de a Universidade Eduardo Mondlane se tornar no parceiro estratégico com vista ao reforço da capacidade institucional daquele organismo.
Por seu turno, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, garantiu que a instituição que dirige está dotada de capacidade técnica humana para cumprir no espírito e na letra os termos do acordo assinado, entre os quais, a formação de técnicos superiores, mas reconheceu haver défice em termos de capacidade laboratorial com destaque para as áreas das telecomunicações, alta computação e da inteligência artificial.
“São áreas que evoluem muito rapidamente e se nós como instituição de formação não conseguirmos responder rapidamente formamos quadros que ficam sem integração no mercado”, disse.
Segundo o Reitor, a UEM tem quadros qualificados para realizar estudos com profundidade sobre o desenvolvimento do sector das telecomunicações.