Como forma de combater o terrorismo: Investigadora propõe criação de mais emprego para jovens
Investigadora da UEM, Prof.ª Doutora Benigna Zimba, defende a criação de mais postos de trabalho para jovens, com destaque para os residentes de Cabo Delegado, explicando que esta pode ser uma das estratégias para retirar da mente destes a necessidade de fazer parte dos grupos terroristas que ceifam a vida de milhares de moçambicanos naquele ponto do país.
A tese foi defendida durante a palestra subordinada ao tema “O Papel da Academia na Promoção do Patriotismo em Moçambique”, organizada pelo Centro de Coordenação dos Assuntos do Género da UEM, no âmbito das celebrações do Mês da Mulher.
A investigadora referenciou que mulheres e crianças são as maiores vítimas do terrorismo em Moçambique, reiterando que, como patriotas, há necessidade de conhecer as razões por detrás deste mal e, consequentemente, erradicá-lo.
“Estivemos, há pouco tempo, no interior desta província, onde as pessoas não têm noção do seu país. Não se tem noção do patriotismo e temos dados recentes, referentes aos deslocados, no período de Janeiro a Março de 2024, sendo que saíram de Cabo Delegado 75.375 pessoas, o que corresponde a 16.217 famílias. De Nampula, a segunda província mais afectada pelo terrorismo, saíram 49.957 pessoas, o correspondente a 8.348 famílias”.
A oradora da palestra afirmou que os dados sobre os deslocados de terrorismo fornecem uma ideia clara sobre a situação de Cabo Delegado, suscitando, igualmente, o questionamento sobre qual seria o papel da academia no combate aos males desse conflito.
“A nossa pesquisa diz que seria forma de demostrar solidariedade com vítimas do terrorismo, desenvolver actividades que visam o desenvolvimento comunitário e a melhoria das condições de vida dos moçambicanos”, descreveu.
Na mesma perspectiva, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, afirmou que o desafio que se coloca relativamente ao patriotismo está ligado à qualidade e ao nível de desenvolvimento oferecidos pelas academias aos estudantes e membros da comunidade académica. “Mas urge a necessidade de conhecer a realidade do país para que a pessoa possa saber como intervir nas diferentes situações que exijam intervenção dos verdadeiros patriotas”.