Governo americano apela ao envolvimento das comunidades
A Gestora do Programa Internacional dos Serviços Florestais dos EUA para África e Médio Oriente, Michelle Zweede, defendeu a necessidade de envolver as comunidades locais na preservação das florestas mangais, explicando que esta pode ser uma saída para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e, consequentemente, melhorar a vida das pessoas.
A dirigente norte-americana, que falava esta Quinta-feira, na Província de Maputo, por ocasião da vista ao Projecto de Restauração de Mangais na Matola-Rio, destacou que a parceria existente entre Moçambique e o Governo dos EUA permite maior envolvimento de estudantes e comunidades na preservação do mangal.
“Em mais de 90 países onde trabalhamos, Moçambique é o melhor em termos de conservação da biodiversidade e de florestas, com a finalidade de melhorar a vida das pessoas”, reconheceu.
Na ocasião, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, assegurou que as florestas de mangais, pelo valor que têm na fixação do carbono atmosférico, bem como na conservação da biodiversidade, constituem uma oportunidade para Moçambique e os países tropicais, em geral, contribuírem para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
“Para além disso, as florestas de mangal, juntamente com outros habitats costeiros e marinhos, apoiam no incremento das pescarias artesanais e do alto mar, contribuindo sobejamente para a melhoria da vida de grande parte da população moçambicana”, disse.
Referiu que, neste contexto, a UEM desenvolve e lidera várias iniciativas de restauro do carbono azul, incluindo o desenvolvimento de viveiros, a replantação e consciencialização da sociedade bem como apoia a criação de associações comunitárias.
“Moçambique, juntamente com os seus parceiros, lidera na região do Oceano Indico iniciativas de restauro de mangal, com recurso à reposição da hidrologia, condição primária para o desenvolvimento. A iniciativa levada acabo, aqui no Rio Matola, envolve a UEM e a Associação Comunitária Sathuma, especializada no desenvolvimento de viveiros, restauro e gestão de Mangal”, revelou.
O Reitor reconheceu o apoio do Governo norte-americano, assegurando que possibilitou o incremento de mais de 200 000 mudas de mangal, bem como outras iniciativas de restauro significativo em vários locais da Baia de Maputo, e na formação de vários estudantes aos níveis de licenciatura, mestrado e doutoramento.
“Esta iniciativa reforça a presença da UEM nas comunidades onde precisam de nós. Por isso, gostaríamos de continuar a contar com o apoio inestimável do Governo norte-americano, através do qual, já existem iniciativas similares no mangal de Limpopo, em colaboração com a entidade AQUA- Xai-Xai, do Ministério da Terra e Ambiente e, em Nhangau, arredores da Cidade da Beira, com a Associação Comunitária Local”, referiu.
Por sua vez, o coordenador do projecto, Prof. Doutor Salomão Bandeira, afirmou que o mangal, como parte do carbono azul, é eficiente no contexto da luta contra as mudanças climáticas e que a protecção costeira tem ligação com questões de erosão, daí que se apela a um desenvolvimento que toma em consideração aspectos ambientais.