Cresce número de obesos no País devido à transição alimentar, avisa o Prof. Doutor Samuel Quive
Cerca de 1.4 milhões da população adulta em Moçambique, 1 em cada 5, tem problemas de obesidade devido a transição alimentar em que se encontram os países em desenvolvimento. Essa prevalência de obesidade é seis vezes maior nas áreas urbanas que nas zonas rurais, refere um estudo intitulado “Entre Comer para Viver e Comer para Morrer, os Desafios da Segurança Alimentar e Nutricional em Moçambique”, apresentado pelo Prof. Doutor Samuel Quive, Sociólogo e actual Director da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM.
Segundo a fonte, Moçambique encontra-se num processo de transição alimentar e nutricional caracterizado pelo aumento de consumo de alimentos industrializados que não tomam em conta a condição económica e social das pessoas, mas também as pessoas não têm informação sobre os produtos de que se alimentam.
Alerta que o crescimento da globalização alimentar através de produtos processados, associado ao marketing alimentar, está a potenciar o aparecimento exponencial de doenças crônicas não transmissíveis, pois, há cada vez menos famílias que se alimentam de produtos produzidos em ambientes naturais.
“Muitas famílias agora preferem mais alimentos provenientes das indústrias que aqueles alimentos provenientes dos ambientes naturais cultivados”, disse.
O pesquisador refere que o consumo desses produtos processados está a aumentar casos das doenças crônicas não transmissíveis, no país, entre as quais, destacam-se a hipertensão cuja prevalência, se situa em 34 por cento a nível nacional, com maior incidência nas cidades com 40 por cento que no campo com 29 por cento, e as diabetes com 3.1 por cento para a população adulta, em geral, cujas projecções indicam para uma subida até 3.6 por cento em 2025.
“Os grupos que consomem mais carbohidratos, açúcar, amido e sódio comem para morrer, porque são alimentos que provocam a subnutrição”, frisou.
O Prof. Doutor Samuel Quive fez a apresentação desta pesquisa durante a Conferência Internacional sobre Ambientes Alimentares Rurais, que teve lugar, nos dias 14 e 15 de Fevereiro, na Faculdade de Letras e Ciências Sociais.