UEM promove maneio agroecológico da mosca da fruta para a produção de pepino
A UEM está a promover o maneio agroecológico da mosca da fruta em culturas vegetais, AGROVEG, coordenado pela investigadora da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF), Prof. Doutora Laura Canhanga. O objectivo é reduzir ao máximo a pulverização com insecticidas e passar a adoptar tecnologias mais saudáveis e sustentáveis.
Nesta Terça-feira (24/10), investigadores da FAEF realizaram o Dia de Campo, no distrito de Boane, para demonstrar, junto dos produtores e extensionistas da província de Maputo, como produzir pepino sem recorrer a pulverização sintética desta cultura.
Laura Canhanga explicou que, à medida que se diversifica as culturas, se cria um ambiente menos favorável para que a praga se possa dispersar no campo. No caso do ensaio, que decorreu na Estação Agrária de Umbeluzi, em Boane, a cultura de interesse era o pepino e a cultura a volta do pepino era o milho com uma barreira de três linhas.
Segundo a fonte, ficou demonstrado cientificamente que a praga da mosca da fruta tem preferência por repousar no milho em relação ao pepino, sendo assim, o maneio da mosca da fruta é feito na cultura barreira (milho), ao invés da cultura de interesse que é pepino. Com isso, consegue-se reduzir a quantidade de produtos usados para a produção desta cultura.
Como resultado, a investigadora garante que se consegue produzir pepino menos infestado pela mosca da fruta, sem nenhum resíduo de pesticida e um total de custos muito mais baixo se comparado com a produção convencional do pepino.
Trata-se de uma alternativa de produção de pepino que está a ser disseminado entre os produtores e extensionistas para que estes estejam preparados para produzir um pepino de melhor qualidade, para alimentar o mercado nacional.
Ademais, os ensaios provam que a infestação em pepinos produzidos com a observância destes princípios agroecológicos rondam os 10 a 20 por cento, contra cerca de 70 por cento com recurso a métodos convencionais ou quando nenhuma estratégia de controlo da mosca da fruta é aplicada. “Nota-se também uma melhoria na qualidade do fruto, uma vez que este não fica em contacto directo com o solo, enquanto nas outras formas de produção há casos que colhemos o pepino envolvido no solo. Isto é grave porque o pepino fica exposto a outras pragas que não seja a mosca da fruta”, explicou.
Na abertura oficial do Dia de Campo sobre o manuseio da mosca da fruta, o representante do Director da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Prof. Doutor Lucas Tivane, fez saber aos presentes que aquela unidade lidera, em Moçambique, as pesquisas sobre a mosca da fruta, pelo que, aquele Dia de Campo visava verificar os progressos que estão a ser alcançados, principalmente no tocante às medidas usadas no combate a mosca da fruta.
No final do Dia de Campo, os agricultores mostraram-se satisfeitos com as técnicas apreendidas através dos princípios agroecológicos no manuseio da mosca da fruta. Em representação deste grupo social, Francisco Parruque, disse que passam a dispor de técnicas para o controlo das moscas da fruta sem recorrer a pesticidas.
O Dia de Campo consistiu em demonstrações práticas sobre os princípios agroecológicos no Campo anexo e no edifício principal da Estação Agrária de Umbeluzi e de interacção entre os agricultores, extensionistas com docentes e investigadores.