
Orador defende novas práticas académicas para colmatar lacunas digitais
As competências técnicas e digitais são, hoje, indispensáveis para os profissionais das ciências de desporto, defendeu o Prof. Doutor Edmundo Pèrez, docente e investigador da Escola Superior de Ciências de Desporto da UEM (ESCIDE), durante a sua intervenção no IV Simpósio em Ciências de Desporto, realizado no âmbito da XIII Conferência Científica da Universidade Eduardo Mondlane.
No tema intitulado “Competências Profissionais dos Egressos em Ciências do Desporto, Dinâmicas e Sustentabilidade no Contexto Moçambicano”, Pèrez destacou a necessidade de adoptar novas práticas académicas para superar lacunas digitais. Entre elas, apontou a alfabetização em dados e o uso da Inteligência Artificial como ferramentas essenciais para solucionar problemas e inovar na área desportiva.
O académico referiu ainda que as habilidades digitais devem ser acompanhadas por competências transversais como inteligência emocional, gestão de tempo, gestão da mudança, tomada de decisão, trabalho em equipa e comunicação, todas sustentadas pela ética e deontologia profissional. Para o orador principal do simpósio, os profissionais do sector devem, também, desenvolver capacidades específicas de gestão de eventos, instalações e organizações desportivas.
Na abertura do encontro, o Director do Instituto Nacional de Desporto (INADE), Elias William, sublinhou que, hoje, mais do que nunca, é inegável o papel da ciência como motor de desenvolvimento desportivo. Destacou, ainda, que as várias dimensões das ciências do desporto – fisiologia, psicologia, nutrição, biomecânica e gestão – devem ocupar lugar central nas estratégias de rendimento e de formação.
O dirigente defendeu a profissionalização do desporto moçambicano, sustentando que é necessário abandonar a improvisação e adoptar práticas baseadas em evidência científica, investigação e inovação. Para tal, sublinhou a importância de reforçar a cooperação entre o Governo, a academia e os movimentos associativos desportivos, com vista à reformulação dos modelos de formação de atletas e de gestão desportiva.
Por sua vez, o Director da ESCIDE, Mestre Paulo Gumende, explicou que o simpósio reuniu especialistas que abordaram várias dimensões do desporto e da actividade física, desde saúde e qualidade de vida até gestão e desenvolvimento histórico e social do desporto em Moçambique.
Entre os estudos apresentados, destacaram-se pesquisas sobre promoção da saúde e prevenção de doenças, obesidade juvenil, sequelas de acidentes vasculares cerebrais, entre outros. Gumende anunciou ainda projectos inovadores em curso, como a consolidação do Mestrado em Ciências de Desporto, já na sua terceira edição, e a projecção de um programa de Doutoramento na mesma área, reflectindo a aposta da ESCIDE na formação de profissionais altamente capacitados e na produção de conhecimento científico rigoroso.
O simpósio incluiu mesas-redondas, sessões temáticas e apresentações de posters, cobrindo uma ampla variedade de tópicos relacionados com o desporto e a actividade física em Moçambique.