
CEA capacita jornalistas em informação demográfica
Um grupo de jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social sediados em Maputo beneficiou, semana passada, de uma formação intensiva sobre conceitos demográficos e populacionais. A capacitação, promovida pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane (CEA-UEM), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), teve como propósito dotar os profissionais de ferramentas que lhes permitam tratar dados populacionais com maior rigor, clareza e responsabilidade.
Ao longo da formação, foram abordados conceitos essenciais como natalidade, fecundidade e mortalidade, além de metodologias de análise e interpretação de variáveis demográficas. O objectivo é garantir que a informação transmitida pelos media seja sustentada por dados fiáveis, contribuindo não apenas para a formação de opinião pública esclarecida, mas também para influenciar políticas públicas de desenvolvimento.
O Director do CEA, Prof. Doutor Carlos Arnaldo, explicou, na sessão de abertura, que a iniciativa visa massificar o uso de dados credíveis para influenciar políticas que melhorem o bem-estar dos moçambicanos: “Esperamos que esta formação possa facilitar o acesso à informação fiável e correcta para o bem de Moçambique.”
Carlos Arnaldo sublinhou, ainda, que o jornalismo sobre questões populacionais exige um olhar crítico sobre as fontes, distinguindo entre oficiais e não oficiais, de forma a preservar a credibilidade das notícias.
A representante do UNFPA, Nádia Vaz, destacou que a parceria com a UEM responde a uma necessidade real do sector da comunicação social, pois, ao compreenderem melhor os conceitos e indicadores demográficos, os jornalistas terão maior capacidade para produzir conteúdos de qualidade, contextualizados e de valor para a sociedade.
Os participantes confirmaram a utilidade da formação para a prática diária. Para Lília Langa, da Rádio Moçambique, o impacto será imediato: “poderemos elaborar as nossas reportagens de forma mais explicita para que o público não tenha dúvida ao ler os nossos textos.”
A mesma opinião foi partilhada pelo jornalista da Miramar, Geraldo Cinquenta, que reconheceu as dificuldades de acesso às informações mais actualizadas sobre assuntos demográficos e populacionais como as mais enfrentadas pela classe na produção de matérias.
No final, ficou clara a mensagem central: um jornalismo bem informado em matéria demográfica é um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável de Moçambique, pois permite que a sociedade civil, os decisores políticos e as comunidades compreendam melhor os fenómenos populacionais que moldam o presente e o futuro do país.