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Construções ecológicas garantem sustentabilidade em Macaneta

Entre o turismo fervescente no Posto Administrativo da Macaneta, um projecto ganha forma, a Vila Liana, um conjunto de infra-estruturas habitacionais ecológicas, que conjuga o conforto moderno e a natureza vibrante. Ao todo, são 25 quartos em construção, à base de material local e garrafas de vidro, no âmbito da Fundação Carlos Serra, como forma de perpetuar o nome e legado daquele que em vida foi pesquisador sénior da Universidade Eduardo Mondlane ao serviço do Centro de Estudos Africanos.

Durante a visita que o Reitor da UEM efectuou à Vila Liana inserido nas actividades de inauguração do memorial Carlos Serra, Guilherme Júnior viu de perto o projecto de uma cidadela que está a ser erguida em nome da sustentabilidade ambiental.

O projecto, que é coordenado pelo Doutor Carlos Serra (filho), é suportado por estudantes, alguns dos quais da pós-graduação, na área ambiental e executado por mão-de-obra local da Macaneta. Tem como finalidade restaurar e revitalizar a flora daquela região, graças a um conceito inovador que permite a prática de um turismo sustentável, sem recorrer à destruição da vegetação e os recursos florísticos, tidos como essenciais para a sobrevivência humana.

Entre as inúmeras construções, uma chama mais atenção. Um edifício de dois pisos construído à base de garrafas e chão de madeira. Para a sua construção já foram aplicadas, até ao momento, cerca de 450 mil garrafas, todas recolhidas na praia da Macaneta, entre 2022 a esta parte.

Segundo o gestor do projecto e educador ambiental, Clausêncio Ngovene, o edifício obedeceu aos padrões de uma construção convencional – pilares, vigas, concreto, betão de fundação, diferenciando-se apenas na utilização de garrafas de vidro, em vez dos blocos, pelo que, está assegurada a sua consistência, segurança, incluindo a resiliência para suportar eventos climáticos extremos.

Asseverou que o modelo de construção pode ser replicado em qualquer região do país. “Já começamos a receber solicitações de assessoria a nível nacional e regional e estamos abertos, porque quem aplicar esta técnica e estes materiais estará a contribuir para o ambiente”, frisou.

A finalização dos edifícios está prevista para meados de 2026. Os rendimentos provenientes das receitas do projecto da Vila Liana serão totalmente aplicados a favor das comunidades da Macaneta, tal como assegurou Carlos Serra ao Reitor.

Além de um espaço que guarda o espólio de Carlos Serra (pai), a Vila Liana é um projecto ecológico que visa salvaguardar os ecossistemas sensíveis, principalmente da região da Macaneta, por estar a sofrer da pressão humana pela ocupação e instalação de estabelecimentos comerciais.

O projecto foi concebido para apoiar a comunidade da Macaneta, que inclui o apoio às pessoas desfavorecidas, criação de postos de trabalho e actividades de salvaguarda ambiental.

Além da Vila Liana, o Reitor visitou a Centro de Interpretação Ambiental, na famosa casa de vidro da Macaneta, um projecto social que inclui um Museu, Biblioteca e ainda projectos culturais, coordenado também pelo Doutor Carlos Serra. No local, centenas de crianças beneficiam de refeições gratuitas de Segunda a Sexta-feira.

Antes de sair da Vila Liana, o Reitor da UEM procedeu ao plantio de árvores como recordação para a posteridade.