
50 anos de fotografia em diálogo geracional na ECA
Está patente, na Escola de Comunicação e Artes (ECA), desde esta Segunda-feira, 18 de Agosto, uma exposição que mergulha o público em meio século de história nacional. Sob o lema “Fotografia Moçambicana: 50 anos de olhar em transformação”, a mostra celebra o Dia Mundial da Fotografia e reúne um acervo que dialoga com diferentes gerações, da película analógica aos pixels digitais. A iniciativa é do Centro de Documentação e Formação Fotográfica (CDFF), em parceria com a ECA da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
A exposição apresenta imagens históricas retiradas dos arquivos nacionais, lado a lado com projectos digitais de jovens criadores, produzindo um percurso visual que vai dos filmes de Ricardo Rangel às produções feitas com smartphones. Ao revisitar momentos cruciais, desde os Acordos de Lusaka até aos dias de hoje, o público é convidado a reflectir sobre a fotografia como documento, arte, denúncia e memória colectiva.
Na abertura, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, destacou que a iniciativa reflecte o compromisso da Universidade com a valorização das artes visuais e da cultura como alicerces para a construção de uma sociedade inclusiva e sustentável. “Da película de Ricardo Rangel ao pixel digital dos nossos jovens criadores, assistimos a um percurso visual que interpela a história e, simultaneamente, projecta-na para novas possibilidades, épocas e desafios”, afirmou.
A Directora do CDFF, Madalena José, explicou que a escolha da ECA para acolher a mostra se prende com a necessidade de aproximar a nova geração de comunicadores da história do país, através da fotografia. Por seu turno, a Directora do Gabinete de Informação (GABINFO), Emília Moiane, sublinhou que a fotografia, aliada às tecnologias digitais, pode consolidar-se como uma poderosa indústria criativa e contribuir para o desenvolvimento nacional.
As celebrações incluíram, também, debates, oficinas e mesas redondas que abordaram temas como a preservação da autoria na era digital, os caminhos para uma carreira sustentável no ofício fotográfico e o papel das novas tecnologias – incluindo a Inteligência Artificial – no futuro da fotografia documental.
A iniciativa encerrou com três compromissos principais: a digitalização ética dos acervos históricos, a formação contínua em novas tecnologias e direitos autorais e a criação de um mercado justo para a fotografia moçambicana.