Universidade Eduardo Mondlane

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COM ESTRATÉGIA, CIÊNCIA E DETERMINAÇÃO : Moçambique pode alcançar a auto-suficiência alimentar

– Defende Prof.° Doutora Tufária Mussá

A docente e investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Prof.ª Doutora Tufária Mussá, defende que, Moçambique, precisa “delinear uma estratégia clara de desenvolvimento agrícola e industrial, baseada no conhecimento científico, adaptação local e sustentabilidade”. A posição foi apresentada após participar no seminário “Modernização ao Estilo Chinês e Desenvolvimento de África”, realizado de 17 a 24 de Julho, na província de ShaanXi, China.

O evento, que reuniu representantes de 50 países africanos de diversos sectores estratégicos, integrou-se na implementação das 10 Acções da Cooperação China-África 2035, definidas na Declaração de Changsha sobre a Defesa da Solidariedade e Cooperação do Sul Global, assinada em 2024, em Pequim, durante a Cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).

A iniciativa visou proporcionar aos participantes uma imersão no modelo de desenvolvimento chinês, incentivando a reflexão sobre caminhos próprios e sustentáveis de progresso para os países africanos. A Declaração de Changsha apela ao reforço da solidariedade e auto-suficiência entre China e África, à preservação dos princípios do Sul Global e à promoção de uma ordem mundial justa e resiliente.

Na abertura do evento, o enviado especial para os Assuntos de África, Sua Excelência Xue Bing, reafirmou “o compromisso chinês do reforço de uma parceria estratégica com África”, recordando o apoio histórico da China aos movimentos de libertação africanos e os investimentos estruturantes, como a linha férrea de Tazara e, no caso de Moçambique, a ligação ferroviária de Moatize a Nacala.

Xue Bing defendeu “a modernização do continente africano, com ênfase no sector agrícola”, propondo reformas coordenadas em políticas públicas, ciência, mercado livre e condições de vida das populações, bem como a adaptação de modelos de sucesso chineses às realidades africanas.

O programa incluiu palestras temáticas e visitas a infra-estruturas estratégicas, como o Parque de Demonstrações de Yangling, referência agro-industrial que impulsiona vários sectores económicos e contribui significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) regional e nacional.

Impressionada com a experiência, a Prof.ª Doutora Tufária Mussá defendeu ainda “a criação de mecanismos de incentivo à produção agrícola, o fortalecimento das cadeias de valor, parcerias tecnológicas para modernização, reformas políticas e institucionais como pilares para alcançar a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável”.

Para a docente, “a revolução agrícola chinesa demonstra que é possível alcançar a auto-suficiência alimentar com estratégia, ciência e determinação”.