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Estudantes de Direito da UEM defendem papel activo da juventude no combate à corrupção

Nepotismo, desvio de fundos públicos, suborno, extorsão, fraudes e irregularidades em concursos públicos figuraram entre as práticas de corrupção mais recorrentes em Moçambique. A denúncia partiu de estudantes finalistas da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), durante o Fórum de Transparência e Cidadania, realizado em alusão ao Dia Africano de Combate à Corrupção, que se assinala a 11 de Julho.

Sob o lema “O Papel da Juventude na Promoção da Dignidade Humana”, os estudantes debateram as causas, consequências e soluções possíveis para um dos fenómenos que mais lesam os cofres públicos e comprometem a prestação de serviços essenciais à população.

De acordo com David Macuácua, finalista do curso de Direito, dados do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) revelam que, apenas em 2024, foram registados 1.734 processos relacionados com práticas corruptas. “Esses números não incluem os casos de extorsão que ocorrem diariamente na via pública”, alertou o estudante.

Por seu turno, Naércio Muchanga destacou que a corrupção corrói a confiança dos cidadãos nas instituições públicas, resultando em injustiças flagrantes e na violação dos direitos fundamentais. “Porque numa situação em que vários cidadãos precisam do mesmo serviço e não podem beneficiar dele por causa de situações criadas, a dignidade humana é severamente afectada, incluindo a violação dos direitos fundamentais”, frisou

Muchanga defendeu que a juventude deve assumir um papel de liderança na luta contra a corrupção, promovendo uma cultura de ética e integridade. É nas pequenas acções do dia a dia que podemos fazer a diferença: recusando subornos, denunciando injustiças e actuando com transparência onde quer que estejamos, enfatizou.

O estudante sublinhou ainda o papel das tecnologias no combate ao fenómeno. “Temos agora o caso da emissão do bilhete de identidade em que o cidadão acede aos serviços, é um exemplo de sucesso.”

Na abertura do evento, o Diretor da Faculdade de Direito, Prof. Doutor Eduardo Chiziane, destacou que o fórum teve como objectivo central sensibilizar os estudantes e reforçar os mecanismos de prevenção da corrupção em Moçambique.

“É importante que os jovens dominem as ferramentas conceptuais de combate à corrupção, compreender o fenómeno, bem como participarem de iniciativas de prevenção.”

O Director reiterou que, no plano pedagógico, a Faculdade de Direito oferece aos seus estudantes ferramentas sólidas para a análise crítica, intervenção jurídica e promoção de uma cultura de integridade no exercício profissional.

O Dia Africano de Combate à Corrupção é uma oportunidade para reforçar o papel transformador da juventude moçambicana na construção de uma sociedade mais justa, transparente e comprometida com o desenvolvimento sustentável.