
Hama Thai apela à elevação da qualidade do ensino em Moçambique
Ao assinalar meio século de independência nacional, o General na reserva e docente da Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Prof. Doutor António Hama Thai, defendeu que Moçambique enfrenta, neste momento, o grande desafio da melhoria da qualidade do ensino, factor que considera decisivo para a consolidação do desenvolvimento nacional.
Durante uma palestra proferida na última Sexta-feira (13/06), no Campus Principal da UEM, sob o tema “50 Anos de Independência: que ganhos, que desafios?”, Hama Thai sublinhou que a educação continua a ser a chave para a reconstrução económica, o avanço da produção e a consolidação de um Estado moderno, industrial e economicamente independente.
“Capacidade de recursos humanos existe em Moçambique, mas precisamos de dar uma outra dinâmica à educação para superarmos os vários desafios que o país enfrenta”, afirmou o académico, ao sublinhar a importância estratégica da formação de quadros competentes para os próximos ciclos de desenvolvimento.
Reconhecendo os progressos alcançados desde a proclamação da independência, o general destacou a expansão do ensino superior como uma das conquistas mais visíveis e impactantes dos últimos 50 anos. “Temos, hoje, mais de 50 universidades e uma taxa de alfabetismo acima de 95 por cento, por isso, actualmente falamos de milhares de licenciados. Dos 750 mil moçambicanos que frequentavam a escola, naquela época, hoje falamos de cerca de seis milhões, o que constitui ganho”, reforçou.
A sessão contou com a intervenção do Vice-Reitor para Administração e Recursos da UEM, Prof. Doutor Joel das Neves Tembe, que destacou o papel da diplomacia da FRELIMO na arena internacional durante a Luta de Libertação Nacional. Referiu-se, em particular, à influência da acção diplomática junto das Nações Unidas, onde foram criados comités que contribuíram para a defesa da liberdade e da integridade dos povos.
Também presente na palestra, o Director da Faculdade de Filosofia, Prof. Doutor José Blaunde, sublinhou que os 50 anos de independência devem ser encarados não apenas como um marco comemorativo, mas como uma oportunidade de reflexão profunda sobre o caminho trilhado e os desafios ainda por superar.
“Os 50 anos significam recuar no tempo, olhar para os erros cometidos e procurar mecanismos de evitar a repetição. É tempo de reflectir sobre o sentido da nossa independência e sobre a responsabilidade que temos hoje”, destacou o académico.