Universidade Eduardo Mondlane

Search
Logo-UEM-A3-01

UEM acolhe debate com FMI sobre juventude, emprego e crescimento económico

A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) acolheu, esta Quarta-feira (28/05), uma mesa redonda promovida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), subordinada ao tema “Juventude, Emprego e Crescimento: como enfrentar o desafio urgente da criação de emprego em Moçambique”, uma iniciativa que reforça o papel da academia como espaço de reflexão estratégica sobre os principais desafios do país.
Durante o encontro realizado no campus principal da UEM, o Representante Residente do FMI em Moçambique, Dr. Olamide Harrison, anunciou que o organismo está a ponderar alargar o poder de voto aos países com baixo rendimento, muitos dos quais africanos, no âmbito de uma reforma que visa tornar o FMI mais inclusivo e representativo. A medida, embora sem data definida para a sua implementação, insere-se num esforço mais amplo de reconfiguração da governação económica global.
No seu discurso, Olamide defendeu que a estabilidade macroeconómica é o principal pilar para o crescimento sustentável, mais do que os incentivos fiscais. Sublinhou que, o FMI, tem vindo a trabalhar com o Governo de Moçambique na definição de medidas que garantam sustentabilidade fiscal, criando, assim, um ambiente propício à planificação empresarial, atracção de investimento e geração de emprego. “Essa estabilidade vai fazer com que as empresas privadas possam planificar, porque a estabilidade cria expectativas que vão ajudar nos custos de financiamento e gerar atracção de investimento devido ao risco baixo”, sublinhou.
O representante do FMI reiterou, ainda, que os apoios internacionais só produzem impacto “quando as lideranças internas se apropriam das medidas necessárias para ultrapassar uma crise”, destacou.
Relativamente à escassez de divisas, Harrison sugeriu uma gestão mais flexível da taxa de câmbio, reconhecendo que o Banco de Moçambique pode intervir, mas deve fazê-lo com foco na preservação das reservas externas.
Por sua vez, o Director da Faculdade de Economia da UEM, Doutor Teles Huo, agradeceu ao FMI por promover o debate no seio da academia, reiterando que a Universidade não é apenas um espaço de ensino, mas também de produção de conhecimento e análise crítica dos desafios do país. Para Huo, a juventude precisa de compreender o contexto em que vai operar.
O evento ocorre num momento em que se estima que, até 2030, metade da força de trabalho mundial estará na África Subsahariana, o que exige políticas públicas robustas e inclusivas para criação de empregos de qualidade.