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Exposição revive a história da emblemática “Casa Amarela” de Maputo

No âmbito das celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se assinala a 18 de Abril, o Museu Nacional da Moeda acolhe uma exposição especial que convida o público a conhecer a rica e pouco conhecida história da chamada “Casa
Amarela”, um dos edifícios mais antigos e emblemáticos da cidade de Maputo.

Erguida em 1860, a “Casa Amarela” é considerada a primeira construção de alvenaria na capital moçambicana. Foi inicialmente construída por um comerciante indiano estabelecido em Lourenço Marques que, mais tarde, a vendeu ao Governo colonial português, por 750 libras esterlinas. A partir de então, o edifício passou a integrar o património do Estado, tornando-se residência oficial do Governador de Lourenço
Marques, enquanto a Fortaleza de Maputo servia como acampamento militar que garantia a sua segurança.

Durante décadas, a “Casa Amarela” teve múltiplas funções: além de residência do governador, albergou serviços administrativos e da Secretaria de Estado. Mais tarde, com a transferência dos serviços para o edifício hoje conhecido como “Fonte Azul”, a Casa Amarela passou a funcionar como a primeira esquadra policial do país, iniciando um novo capítulo na sua longa trajectória institucional.

De acordo com o curador do Museu Nacional da Moeda, Dr. Januário Nhaguiliguane, o edifício foi alvo de uma importante reabilitação entre 1970 e 1971, com o propósito de acolher o Museu da Cidade de Lourenço Marques. No entanto, esse museu funcionou
por pouco tempo, tendo o espaço sido convertido em Galeria Municipal até à proclamação da independência, em 1975.

Foi apenas em 1981, na celebração do primeiro aniversário do metical, que se instituiu oficialmente o Museu Nacional da Moeda, tal como é conhecido hoje. O espaço reúne actualmente um acervo notável de cerca de 4.300 peças, entre moedas, notas, medalhas
e outros objectos monetiformes, tornando-se um importante ponto de referência para a história económica e cultural de Moçambique.

Durante as comemorações do dia 18 de Abril, a exposição recebeu visitas guiadas de estudantes de várias escolas, que tiveram a oportunidade de ouvir relatos históricos e contemplar fotografias raras que narram as diferentes etapas e metamorfoses da “Casa Amarela”. Mais do que uma simples edificação, o edifício simboliza a memória viva da cidade e o entrelaçar de diferentes épocas da história de Moçambique.