Universidade Eduardo Mondlane

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Prof.ª Sandra Manuel defende licença de maternidade para estudantes

Investigadoras da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) destacaram o contributo inquestionável da mulher na ciência ao longo dos 50 anos de independência, apesar das barreiras de equidade de género ainda presentes no ambiente académico.

Durante a Mesa Redonda alusiva às comemorações do mês da Mulher, intitulada “50 anos empoderando a mulher, construindo a equidade de género”, realizada na Quinta-feira, no Campus Principal, e organizada pelo Centro de Coordenação dos Assuntos do Género (CeCAGe), a Prof.ª Doutora Sandra Manuel, docente e investigadora da Faculdade de Letras e Ciências Sociais, defendeu a necessidade de se instituir a licença de maternidade para estudantes, considerando tratar-se de um direito legítimo já reconhecido em alguns países. Segundo a académica, a falta de apoio institucional para mulheres nas universidades reflecte a estrutura historicamente masculina desses espaços.

A investigadora da Faculdade de Medicina (FAMED), Prof.ª Doutora Esperança Sevene, apontou os desafios enfrentados pelas mulheres na publicação de artigos científicos, incluindo a dificuldade de conciliar pesquisa, docência e, em muitos casos, actividades clínicas. “participamos em grupos de pesquisa numa situação desvantajosa pelo ambiente em que trabalhamos, pois, enquanto tenho que pensar na criança e na alimentação em casa, a minha colega da Europa, que não enfrenta essas dificuldades, produz mais artigos”, explicou.

Por seu turno, a docente e investigadora da Faculdade de Engenharia, Prof.ª Doutora Isabel Guiamba, sublinhou que a independência nacional possibilitou maior acesso das mulheres à educação, mas que ainda há barreiras culturais que limitam o avanço feminino nas áreas de Ciência, Tecnologia e Matemática. “o tabu constitui a grande preocupação, pois, às nossas crianças educamos já com papeis diferenciados. Porque este é homem, deve estudar e esta, por ser mulher, deve se dedicar aos trabalhos de casa”, alertou.

As participantes reforçaram que, apesar dos avanços, a equidade de género na ciência exige políticas mais inclusivas e o reconhecimento das especificidades da trajectória académica da mulher, garantindo, assim, maior participação feminina na produção de conhecimento científico e inovação.