
Défice orçamental na UEM: Vice-Reitor defende diversificação das fontes de financiamento
Défice do Orçamento do Estado deste ano, avaliado em cerca de 4,8 mil milhões de meticais, a verba destinada a serviços é de 36,5 milhões e a dívida de água e luz atinge 56,3 milhões de meticais.
A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) enfrenta um défice orçamental significativo, resultado da degradação da economia nacional, o que compromete a execução das suas actividades estratégicas. Para mitigar os impactos desta realidade, o Vice-Reitor para Administração e Recursos, Prof. Doutor Joel das Neves Tembe, apelou à diversificação das fontes de financiamento como uma solução essencial para garantir a sustentabilidade financeira da instituição.
O apelo foi feito durante a cerimónia de Abertura do Exercício Económico 2025, onde o dirigente destacou que, a utilização de receitas próprias, surge como uma alternativa fundamental para cobrir o défice do Orçamento do Estado deste ano, avaliado em cerca de 4,8 mil milhões de meticais. Segundo o Vice-Reitor, “esta complementaridade deve ser aplicada a diferentes fontes de financiamento, evitando assim saldos ociosos”.
O Prof. Doutor Joel das Neves Tembe reconheceu que a implementação do sistema integrado de receitas próprias, em vigor na UEM desde o ano passado, trouxe avanços na eficácia e eficiência da gestão de recursos. No entanto, ainda persistem desafios relacionados à gestão de saldos ociosos, o que exige um esforço contínuo para maximizar a utilização dos fundos disponíveis.
A gestão transparente dos fundos e a contínua adopção de boas práticas de administração financeira foram apontadas pelo Vice-Reitor como medidas essenciais para minimizar os impactos do défice orçamental. Joel das Neves Tembe reforçou a necessidade de um cumprimento rigoroso das normas e procedimentos institucionais para evitar falhas na alocação de recursos.
A realidade financeira da UEM continua a ser desafiadora. O Vice-Reitor revelou que, no actual orçamento, a verba destinada a serviços é de 36,5 milhões de meticais, enquanto a dívida acumulada em despesas de água e luz já atinge 56,3 milhões de meticais. Joel das Neves Tembe alertou que “estes desafios exigem de todos nós um esforço acrescido na correcta definição de prioridades, no alinhamento das acções com as do Plano Estratégico e no uso criterioso e transparente dos recursos que serão disponibilizados”.
Durante a sua intervenção, o Vice-Reitor incentivou as unidades da UEM a reduzirem o número de contas bancárias, em conformidade com o Diploma Ministerial n.º 23/2018, de 2 de Fevereiro, que regula a gestão de contas bancárias do Estado. O dirigente também reforçou a importância do cumprimento dos prazos na elaboração e entrega do relatório da conta-gerência, como parte do compromisso da universidade com a transparência e a boa governança financeira.
Diante deste cenário, a UEM continua a buscar soluções para garantir a sua estabilidade financeira, reforçando a necessidade de inovação na captação de recursos e uma gestão eficiente para enfrentar os desafios impostos pelo actual contexto económico.