Orgulhosa por ter conquistado a 1ª medalha de ouro para o país
– Doutora Honoris Causa Maria de Lurdes Mutola
Momento sublime! Está aberto o espaço Lurdes Mutola. Situado à entrada da Biblioteca Central Brazão Mazula da Universidade Eduardo Mondlane, o lugar alberga o espólio que retrata o percurso desportivo de Lurdes Mutola, incluindo a medalha de ouro dos 800 metros, ganha nos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney, na Austrália. A 25 de Setembro Mutola atingiu os píncaros da carreira ao vencer a final, com o tempo de 1 minuto e 56 segundos, deixando para trás a forte concorrência da australiana Stephanie Graf e a britânica Kelly Holmes. Como ela própria diz: depois de ganhar os Jogos Olimpicos, já não há mais nada para um atleta.
Acompanhada pelo magnífico Reitor da UEM, Prof Doutor Manuel Guilherme Júnior, Mutola viu, finalmente, o sonho tornar-se realidade, com a inauguração, nesta quinta-feira, em Maputo do Espaço Lurdes Mutola. O espaço permitirá que estudantes e demais visitantes da Biblioteca Central Brazão Mazula possam, a partir daquele local, apreciar e conhecer o percurso desportivo da “Menina D’Ouro”.
Mutola estabeleceu uma autêntica dinastia ao longo de vários anos nos 800 metros. Detém o recorde do Mundo dos 1000 metros em pista coberta e em pista aberta, recorde africano dos 1000 metros em pista aberta e o recorde africano dos 800 metros em pista aberta.
Na pista coberta, acumulou medalhas de ouro em 1995, 1997, 2001, 2003, 2004 e 2006. Contam- se ainda medalhas ganhas em campeonatos do mundo ao ar livre entre 2001 e 2003.
Impressionante!
Este percurso não seria possível sem a entrega e a abnegação de Stélio Craveirinha, o treinador que a ‘descobriu’ e lapidou e o norte-americano Jeffrey Hunt, que o acompanhou por mais de vinte anos de carreira, para além do Presidente Joaquim Chissano, pelo contacto permanente e incentivo. Aliás, Mutola fez uma vênia a todos eles.
Após proceder o corte da fita, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, visitou o espaço e recebeu explicações, da própria Lurdes Mutola, do contexto de cada uma das medalhas, equipamento desportivo usado durante as provas, entre camisetes, calções e sapatilhas, incluindo diplomas de reconhecimento oferecidos por entidades internacionais.
Lurdes Mutola considera o espaço concedido pela UEM como sendo bonito e bem localizado. Entretanto, desafia o país a trabalhar muito para voltar a conquistar mais uma medalha olímpica: “lamento que até aqui não tenha aparecido ninguém a ganhar uma medalha nos jogos olímpicos, já passam 24 anos”.
Na sua intervenção, o Reitor disse que o acto materializa o compromisso da instituição que dirige ao disponibilizar espaço com intuito de eternizar a vida e obra da campeã olímpica dos 800 metros, cumprindo, deste modo, parte da sua missão alicerçada na promoção e disseminação do conhecimento nas diversas áreas do saber com base na investigação, ensino, aprendizagem e extensão, incluindo no desporto.
Explicou que a sala surge em resposta a uma inquietação apresentada pela campeã olímpica em encontrar um espaço, no próprio país, para colocar as medalhas que ganhou durante a carreira porquanto elas estavam na África do Sul, sendo ela moçambicana.
Segundo o Reitor, o espaço é mais uma contribuição para fazer face aos desafios que se colocam em prol dos desafios da sociedade, porque o desporto é um factor aglutinador e contribui para uma sociedade harmoniosa e, por via disso, criar o desenvolvimento social.
Além do espólio de Lurdes Mutola, a Biblioteca Central Brazão Mazula já alberga o de figuras proeminentes como o arquitecto da Unidade Nacional, Eduardo Chivando Mondlane e de Aquino de Bragança.