UEM marcha em prol da saúde mental
Moçambique possui a maior taxa de suicídio no continente africano, com uma taxa de 17,3 suicídios em cada 100 mil habitantes. A depressão está entre as causas que mais levam ao suicídio. Dados da Organização Mundial da Saúde, indicam que, no mundo, cerca de 800 mil pessoas, por ano, tiram as suas próprias vidas, sendo a faixa etária dos 15 aos 29 anos a que mais sofre.
Perante números catastróficos, a UEM juntou-se, nesta Quarta-feira (16/10), não só para marchar, como também para reflectir em prol da saúde mental e prevenção ao suicídio. Estas actividades estao enquadradas nas comemorações do “Setembro Amarelo”. A marcha, organizada pelo Centro de Coordenação dos Assuntos de Género da UEM (CeCAGe), em parceria com o Departamento de Psicologia da faculdade de Educação, iniciou na Av. Kim Il Sung (nas TDM), passando pela Avenida do Zimbabwe, Rua Aquino de Bragançana, seguindo pela Rua da França e entrando no Campus Principal, tendo prosseguido até ao jardim da Biblioteca Central Brazão Mazula, onde decorreram as actividades centrais.
Em representação do Reitor, o Director da Faculdade de Educação (FACED), Prof. Doutor Xavier Muianga, apontou os meses de Setembro e Outubro como importantes na sensibilização da sociedade sobre a importância do cuidado mental para a prevenção do suicídio.
Xavier reconheceu que o tema ainda é tabu na sociedade, pois, em muitos casos, as pessoas evitam procurar ajuda quando enfrentam dificuldades emocionais, tendo explicado que, problemas como a ansiedade e a depressão, podem afectar o trabalho, o desempenho académico, os relacionamentos e a capacidade de realizar actividades do dia-a-dia. “Por isso, no mês de Outubro, as actividades visam incentivar e informar sobre os diversos tratamentos mentais, seus sintomas e desmistificar os mitos e preconceitos relacionados com a saúde mental.”
Por sua vez, a Directora do CeCAGe, Prof.ª Doutora Gracinda Mataveia, afirmou que a sensibilização incide sobre os estudantes devido aos contextos em que estão submetidos, nomeadamente a pressão académica e familiar. “Queremos que os nossos estudantes prestem mais atenção, no sentido de perceberem que não estão sozinhos, eles podem aproximar-se e pedir ajuda, aqui, na UEM. Eles são nossos filhos” destacou. Dirigindo-se aos estudantes, a Directora-adjunta da Faculdade de Educação, Mestre Nilza César, advertiu que é preciso ter saúde física e mental para aproveitar a vida todos os dias, “por isso, aqui na UEM, como lugar de realização de sonhos, nós nos preocupamos com a forma como vocês percorrem o caminho, desde a admissão até a graduação. E queremos que este seja um lugar onde vocês façam amizades e estabeleçam relações duradouras.”
As cerimónias alusivas ao “Setembro Amarelo” contaram, ainda, com actividades como rodas de conversas e sessões de aconselhamento, orientadas por profissionais da área psicossocial e decorreram sob o lema “Se precisar, peça”.