Em Moçambique: Estudo indica baixo desempenho de empresas lideradas por mulheres
Investigadora defende que, em Moçambique, as empresas lideradas por mulheres tendem a ter um desempenho inferior em comparação com as dirigidas pelos homens, sugerindo o aumento do apoio institucional e o desenvolvimento de programas de capacitação para o empreendedorismo, como medidas que podem ajudar a reduzir a disparidade.
Esta tese resultou de um trabalho de investigação apresentado, esta Quarta-feira, pela pesquisadora do Programa Crescimento Inclusivo em Moçambique, Dr.ª Hanna Berkel, durante um seminário organizado pelo Centro do Estudos Económicos e Gestão da Faculdade de Economia da UEM.
O estudo, intitulado “As interações com as instituições locais melhoram o desempenho das empresas detidas por mulheres? Evidências do Vietname, Myanmar e Moçambique”, indicam também barreiras como normas sociais que limitam o acesso a redes, recursos e mercados como sendo factores bastante influenciadores desta disparidade. “Para maximizar os benefícios do engajamento institucional, as políticas devem abordar estas barreiras estruturais e culturais”, alerta.
A investigadora destacou que, em Moçambique e no Vietname, a interacção das mulheres com as instituições é positiva para o desempenho das suas empresas, quando comparado com Myanmar, onde a situação não é favorável. “Neste último país, as interacções parecem prejudicar as empresas lideradas por mulheres, provavelmente devido às normas informais que discriminam a mulher, sendo que, uma ampla reforma social, é necessária para reduzir o viés institucional.”
Acrescentou que, num mundo melhor, as mulheres não terão desvantagens somente por causa do sexo, explicando que, as sociedades com maior igualdade do género, tendem a ser menos pobres, com baixo índice de violência e altas taxas de escolaridade. “Quando as mulheres têm igual acesso à educação, ao emprego e cargos de liderança, há muita probabilidade de haver maior produtividade económica”, assegurou.