Estudante defende promoção da digitalização cultural
Estudante da Escola de Comunicação e Arte da UEM, Ana Paula, defendeu a necessidade de adopção de políticas que promovam a digitalização cultural em Moçambique, explicando que as instituições que actuam no ramo da cultura e turismo não estão a saber tirar o maior proveito deste recurso tecnológico.
A falta de infraestruturas de tecnologia em áreas remotas e a escassez de recursos financeiros e humanos são outros desafios que, no entendimento da estudante, comprometem a exploração eficiente da digitalização.
“Em Moçambique, a preservação do passado cultural depende não apenas de tecnologias, como também de uma estratégia integrada que envolve a comunidade e o Governo. A digitalização do património cultural pode contribuir para o turismo e para contrapor os desafios contemporâneos e de modernidade impostos pela globalização”, disse.
Ana Paula, estudante de Mestrado em Gestão dos Media Digitais, defendeu esta tese, recentemente, no âmbito da II Edição do Seminário da Comunicação, onde apresentou resultado parcial de uma pesquisa em curso, cujo tema é “Tradições em rede: a digitalização como ponte entre o passado cultural e o futuro moçambicano”.
Destacou que o processo de arquivo digital de música, dança e de histórias orais não apenas preserva elementos culturais para futuras gerações, como também cria novas oportunidades de intercâmbio e de desenvolvimento económico, conectando o passado cultural a um público mais amplo e globalizado.
“Esta riqueza cultural enfrenta vários desafios relacionados com a modernidade, a urbanização, globalização e a influência dos meios de comunicação social estrangeiros.
Estes últimos contribuem, de certa forma, para a erosão de práticas culturais e tradicionais, principalmente no seio das gerações mais jovens. Por exemplo, temos reparado que as telenovelas brasileiras têm influenciado muitos jovens na forma como se vestem e comunicam-se”, concluiu.