Desafios de desenvolvimento requerem novas abordagens e mobilização de vontades
O antigo Presidente da República, Armando Guebuza, afirmou, hoje (24/09), em Maputo, que os actuais desafios de desenvolvimento do país requerem uma abordagem nova e outras formas de mobilização de vontades, que só podem ser enfrentados se se continuar a desenvolver o sentido de orgulho em relação às nossas crenças, história, valores e línguas. A luta pelo desenvolvimento do país deve priorizar todos os espaços nacionais, no campo e na cidade, sem distinção de género, etnia e religião.
Para Guebuza, a ideia de desenvolvimento deve abranger as questões sociais e ambientais, a preservação dos rios, das florestas, solos e da qualidade do ar que se respira.
O antigo estadista falava numa palestra, no Campus Principal da UEM, por ocasião das celebrações do 25 de Setembro, Dia das Forcas Armadas de Defesa de Moçambique, num tema intitulado “Progressos e Desafios do Moçambique Contemporâneo”.
Aos estudantes, Guebuza frisou que cada geração enfrenta os desafios do seu tempo, pelo que “é vosso dever também enfrentar os desafios de hoje, e a academia é um centro de excelência para preparar os homens e as mulheres de amanhã, porque saem não apenas homens tecnicamente preparados, mas se formam pesquisadores que vão permitir que o país perceba melhor as características dos desafios que têm de enfrentar.” Para tal, o ex-estadista insta os estudantes a buscarem a inspiração na Geração 25 de Setembro, deixando de lamentar e passarem a agir, bem como deixarem de ver as gerações anteriores como as culpadas dos problemas do país.
O antigo Presidente da República apelou ao contínuo reforço da unidade nacional que se efectiva através da prática, convívio e constante aprendizagem de uns com os outros, tendo presente que a paz é uma conquista de todos os dias e que resulta da negociação permanente, atendendo às prioridades nacionais e os contextos políticos, económicos e sociais.
Guebuza lembrou que a luta pela independência tinha como objectivo conquistar uma vida digna para os moçambicanos, porquanto não há dignidade na fome, nudez ou falta de serviços de saúde. Isto porque depende do progresso do desenvolvimento do país, que seja inclusivo, tendo como base a participação plena dos moçambicanos na economia, tanto os da cidade como os das zonas rurais. Os valores da paz requerem a capacidade de consensualizar as prioridades e objectivos de construção da pátria que se requer unida, forte e de contínuo progresso, destacou o ex-governante.
Reconheceu o contributo de Eduardo Mondlane na conquista da independência nacional, afirmando trata-se de uma figura ímpar e brilhante, acima de todos os padrões que conheceu.
Por sua vez, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, explicou que o convite ao antigo Presidente da República, para proferir a palestra, resulta do reconhecimento do seu contributo para o país, não apenas nos processos de luta armada de libertação, mas também no de crescimento e desenvolvimento do país.