UEM deve avançar com regras e normas para uso da Inteligência Artificial
Académicos reunidos num painel inserido na 4ª Edição do Dia do Ensino com Recurso à Tecnologia, um evento organizado pelo Centro de Informática, em colaboração com a Faculdade de Educação e Universidade de Cape Town, acreditam que a medida vai minimizar a ocorrência de plágio na Universidade.
O Director da Faculdade de Filosofia, Prof. Doutor José Blaude, destacou que a Inteligência Artificial pode também criar desordem na academia, quando usada sem se respeitar os princípios éticos. “Por isso, a UEM deve avançar com regras e normas que possam orientar ou regular esta tecnologia. Os estudantes estão muito avançados nesta matéria e, no ensino à distância, há provas e trabalhos de investigação que eles podem, provavelmente, resolver em pouco tempo através deste recurso, fomentando assim plágios académicos”, alertou.
Na mesma perspectiva, a investigadora e docente da UEM, Prof. Doutora Nilza Colinson afirmou que “é possível interagir com essa tecnologia na recolha de dados, mas é preciso ter em conta as limitações existentes, como é o caso do compromisso que o pesquisador tem com os seus informantes e direitos autorais, pois nem toda informação disponível na internet pode ser utilizada para o treinamento de modelo”.
A investigadora recomendou a observância de princípios éticos e privacidade no uso da tecnologia, explicando que os dados usados na pesquisa são específicos e sensíveis e que o pesquisador perde controlo das suas informações após a sua partilha.
Actualmente, a IA é uma ferramenta crucial na pesquisa, a partir do momento que facilita o desenvolvimento de ideias, a procura, verificação e organização das referências bibliográficas e outros documentos essenciais.
Para que a utilização da IA possa ser profícua, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, defende que “precisamos de optimizar recursos, inovar nas nossas práticas e encontrar maneiras eficientes de utilizar a tecnologia, para melhorar a qualidade do ensino. Neste contexto, a transformação digital da UEM deve ser um esforço colectivo. Todas as unidades académicas e administrativas devem contribuir com ideias e esforços para que possamos superar as adversidades financeiras e, ao mesmo tempo, continuar a elevar o padrão de excelência da nossa universidade”.