Para conhecer a toxidade das plantas: Investigador apela à mais estudos fitoquímicos
O investigador da UEM, Prof. Doutor François Munyemana, defende que, antes de investigar o potencial nutricional das plantas, é preciso dar primazia ao estudo fitoquímico, que poderá facilitar o conhecimento dos constituintes da espécie e, consequentemente, conhecer a toxicidade.
No seu entendimento, a maior parte dos estudos locais está focado no conhecimento do potencial nutricional, por isso, existem plantas cujo nível de toxidade não é conhecida. “Temos o exemplo das folhas de afra, uma planta muito usada para estimular a produção de leite e que muitos não sabem o que realmente contém ou o nível de toxicidade”.
As folhas de afra têm dois componentes essenciais, nomeadamente podem ser usadas para o tratamento de doenças de natureza infecciosa e, também, como fonte de alimento para fins nutricionais, explicou o pesquisador durante a Primeira Edição do Simpósio Nacional sobre a Etnobotânica.
“A razão por detrás dos benefícios da utilização de plantas medicinais, como a afra, para a promoção da saúde, é a presença de compostos fitoquímicos ou metabolitos secundários, como fenólicos, flavonoides, taninos, saponinas, glicosídeos e outros”.
Ainda sobre a folha de afra, o investigador afirmou que estudos sobre a prospecção fitoquímica revelam a presença de metabólitos secundários, como alcaloides, quinonas, taninos, flavonoides, terpenoides e esteroides, podendo, por isso, ser usada para tratar doenças como diabetes, câncer e outras.
“O mesmo estudo foi feito para perceber os factores anti-nutricionais, tendo se constatado que esta planta apresenta baixas concentrações de anti-nutricionais, sendo, por essa razão, que não apresenta um risco à saúde. No concernente ao estudo de citotoxicidade, a investigação revela também a elevada toxicidade”, acrescentou.