Ex-estudante com paralisia cerebral destaca-se na produção do pato marreco
Antiga estudante do curso de Agro-negócio da Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto (ESNEC), Xangamira Salvador Sitoe, está apostada na produção, processamento e comercialização do pato marreco, cujo objectivo maior é fornecer as principais cadeias de supermercados do país.
O mercado moçambicano pouco comercializa o pato marreco em termos industriais. Os principais fornecedores continuam a ser as famílias, cuja criação ainda obedece aos moldes tradicionais.
Com base nos conhecimentos aprendidos durante a sua formação, Xangamira propõe técnicas através das quais, é possível, em dois meses, fazer crescer um pato com melhores condições nutritivas e de peso e com tempo de cozedura muito mais rápido em relação ao pato comum.
Com o efeito, ela adquire o pinto e faz o processo de engorda, alimentando-o com rações especificas e controlo de peso, findo o qual são abatidos e submetidos ao processamento que consiste em depenar e retirar as miudezas, e segue o empacotamento e celagem. Especifica que o pato por si produzido não é gorduroso, o peso é real e visa a satisfação do cliente.
Desde a abertura do negócio, em 2022, Xangamira não tem motivos de queixa porquanto o empreendimento tem estado a crescer. O lucro ganho pela comercialização do pato marreco tem estado a reinvestir, por forma a ampliar o negócio: primeiro na aquisição de equipamento para facilitar a sua actividade e, outra parte, para custear as despesas referentes ao processo de regularização do Direito e Uso e Aproveitamento da Terra, vulgo DUAT, junto das autoridades locais, no distrito da Manhiça, local onde serão construídas as futuras instalações do projecto. Actualmente, as actividades decorrem na sua residência, nos arredores da cidade de Maputo.
A alumni da ESNEC perspectiva crescer no negócio, da LivingFarm (nome da sua empresa registada neste ano), e abastecer o mercado, em geral, como supermercados, restaurantes e talhos.
Xangamira é uma pessoa com paralisia cerebral. Apesar dessa condição, está comprometida na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e procura alavancar projectos de âmbito inclusivo. Em 2023, capacitou em matéria de agroecologia, processamento alimentar e marketing digital, 30 jovens com deficiências físicas, mentais, visuais, auditivas e albinismo.
Xangamira foi estudante entre 2014 e 2018. Em 2019, Xangamira fundou a Green Soil Moz Lda, uma empresa focada na produção e comercialização de adubos orgânicos e na produção de alimentos agrícolas sustentáveis.