UEM “Conecta Leitores” de Língua Portuguesa
A Universidade Eduardo Mondlane acolheu, de Segunda a Quarta-feira, o IV Simpósio Conecta Leitores, um evento que reuniu docentes e investigadores provenientes de países de Língua Oficial Portuguesa, para discutir sobre “Mediação Cultural: Alteridade, Relações Identitárias e Encontros Interculturais”.
Intervindo na abertura do certame, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, afirmou que o evento, com a duração de quatro dias, serviu para debates sobre o hibridismo, a mestiçagem e outros processos de formação, transformação e consolidação do ensino de língua, e abriu espaço para potenciar a cooperação com o Governo do Brasil.
“Como perspectiva, a UEM gostaria de ver algumas acções incrementadas, nomeadamente o apoio do Governo brasileiro em diferentes áreas do saber, principalmente no desenvolvimento de Centros de Recursos nas províncias onde a universidade não é representada, nomeadamente Sofala, Tete, Nampula, Cabo Delgado e Niassa; no fortalecimento das redes de bibliotecas, físicas ou virtuais, disponibilizando material online para estudos em diversas áreas; na capacitação institucional da ESUDER e ESNEC; e o apoio das instituições brasileiras nas áreas de Medicina, Veterinária e de Biotecnologia.”
Para o Reitor, o simpósio, com forte presença brasileira, enquadra-se também nos esforços de internacionalização da Universidade, assim como para a produção de conhecimentos científicos com a comunidade universitária.
Por seu turno, o Director do Instituto Guimarães Rosa, Marco Nakata, afirmou que a realização deste evento em Moçambique permite vivenciar o ambiente linguístico e cultural do país, bem como aprender com a sua riqueza e diversidade.
A investigadora da Universidade Federal da Bahia, Prof.ª Doutora Edleise Mendes, defendeu, na qualidade de uma das palestrantes, a construção de um sistema de formação continuada e assistida dos leitores em serviço, organizado com base em princípios metodológicos e teóricos comuns, explicando que é notória a necessidade de um sistema aberto para uma colaboração constante de pesquisadores, permitindo discussões de assuntos diários.
“A formação de docentes e pesquisadores é um processo contínuo, tal como acontece com os leitores. Há duas coisas que acho importantes, nomeadamente o desenvolvimento das capacidades dos leitores para a mediação intercultural, como agentes de promoção da paz e da aproximação com os outros povos, e o fortalecimento dos processos de formação dos leitores”.