Para boa gestão dos recursos vegetais: Daniel Nivagara apela à maior investigação em etnobotânica
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Doutor Daniel Nivagara, defende que a investigação em etnobotânica constitui um meio para promover uma boa gestão dos recursos vegetais e para identificar novas utilidades das plantas, incluindo o potencial medicinal, alimentar, oleaginoso, ornamental e aromático.
O governante explicou que as acções de intervenção na área de etnobotânica têm como finalidade gerar soluções à base de plantas que contribuirão para o desenvolvimento do país, no contexto de diferentes temáticas ou sectores, nomeadamente no ramo da saúde, ambiente, comunidade e indústria. “A etnobotânica explora o conhecimento local sobre plantas para geração de soluções, principalmente para os sectores de saúde e industrial, seguindo o método científico” – asseverou.
Daniel Nivagara fez estes pronunciamentos esta Quinta-feira, no Campus Principal da UEM, por ocasião da cerimónia de abertura da I Edição do Simpósio Nacional Sobre Etnobotânica, evento que tinha como objectivos estimular o diálogo interdisciplinar sobre os desafios e avanços na investigação em etnobotânica em Moçambique; reflectir sobre a importância da etnobotânica na geração de soluções para saúde e economia no contexto nacional e global; entre outros.
Para estimular este tipo de iniciativas, o Governo recomenda a criação de um espaço para o estabelecimento de acordos e parcerias entre instituições e investigadores: “igualmente, queremos que, por via da realização destes simpósios, se crie uma plataforma de intercâmbio e uma rede de investigadores da área de etnobotânica, preocupados em trazer evidências do conhecimento tradicional ao científico.”
Ainda no contexto do simpósio, a investigadora do Departamento de Ciências Biológicas da UEM, Dr.ª Iris Victorino, afirmou que a etnobotânica é um campo importante que interliga várias áreas, com destaque para biologia, medicina e agronomia, por tratarem, especificamente, de plantas que têm interesse ao homem.
A etnobotânica, esclarece a Dr.ª Iris Victorino, “pode ter várias aplicações do desenvolvimento económico do país, sendo que as plantas mais importantes para esta área são as de interesse local, usadas por médicos tradicionais para curar várias doenças e para a dieta alimentar, assim como de interesse na farmacologia.”
Em Moçambique, existem diversas instituições que realizam estudos na área de etnobotânica, todavia, há desafios inerentes à divulgação e maior cooperação entre entidades e pesquisadores.
A Primeira Edição do Simpósio Nacional Sobre Etnobotânica, organizada pelo Centro de Investigação e Desenvolvimento em Etnobotânica, serviu, para além de discussões, para a exposição de posters e de vários produtos de interesse por investigadores e comerciantes, à base de plantas locais medicinais, alimentares, ornamentais, aromáticas, oleaginosas, aromáticas, entre outras.