Mesa Redonda dos 60 anos da FAVET: Estudantes encorajados a buscarem habilidades após a sua formação
Os painelistas da Mesa Redonda “O graduado em ciências veterinárias, suas competências e integração às exigências do mercado nacional e internacional”, organizada por ocasião do lançamento das actividades comemorativas dos 60 anos da Faculdade de Veterinária (FAVET), defendem que, após a formação, os estudantes devem optar em saídas profissionais que lhes permitam obter habilidades, porquanto a formação superior apenas oferece qualificações.
Para os painelistas, após a formação, não importa muito a questão salarial, mas as habilidades a serem adquiridas, que serão muito úteis no futuro. Um graduado com habilidades na área da medicina veterinária, em Moçambique, ainda pode escolher onde pretende trabalhar e quanto deseja auferir, asseveram.
Entretanto, alguns factores podem ser determinantes para se singrar no mercado do trabalho: “serem rápidos a criar soluções e habituarem-se a trabalhar sob pressão.” Todavia, advertem aos estudantes a não esperarem pelo final do curso para procurarem emprego, mas a estarem expostos ao mercado de trabalho ainda durante a formação.
O Prof. Doutor Custódio Bila, antigo estudante e Director da FAVET, recorreu à experiência pessoal para justificar a pertinência antecipada de contacto com mercado laboral, explicando que as clínicas podem potenciar o que a FAVET oferece como base, dando habilidades adicionais aos graduados. Bila defendeu a necessidade de se criar um programa de preparação para os graduados, ainda durante a formação, para que sejam mais empregáveis em relação àquilo que o mercado oferece como quadros.
A Dr.ª Ana Flávia Azinheira, também antiga estudante da FAVET, disse que possui, na sua empresa, uma política de apoio aos recém-formados, tendo recebido, até ao momento, 35 estudantes que fizeram as práticas clínicas e outros tantos veterinários que, após cumprirem períodos de estágio, abriram as suas próprias clínicas veterinárias.
Por seu turno, o Dr. Hélder Muteia, antigo Ministro da Agricultura, e que, durante muitos anos, foi funcionário da organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação [FAO, na sigla inglesa], garante haver possibilidades de integrar recém-formados, através de programas específicos para estagiários, a partir dos quais podem ser integrados como quadros, até acederem a altos cargos, como foi o seu caso.
Desde que regressou ao país, Muteia abriu uma empresa que emprega jovens, incluindo dar formação e suporte de empreendedores, na área da agricultura e pecuária, a criarem negócios próprios.
Com base na sua experiência profissional no exterior, o antigo ministro afirmou que o Governo deve se abrir às novas tecnologias e à realidade económica e social que estas ferramentas trazem consigo, todavia, deve acautelar questões que chocam com as práticas culturais locais devendo, para o efeito, caminhar para um processo de consulta e amadurecimento das novas tendências.