Governo enaltece papel de Chude Mondlane na promoção e preservação das artes
O governo enalteceu no último sábado (06/07) o papel de Jennifer Chude Mondlane, filha mais velha de Eduardo Chivambo Mondlane, arquitecto da unidade nacional, no desenvolvimento, promoção e preservação das artes, cultura e património, com enfoque especial para a música e a dança.
Falando em representação do Estado, a Ministra da Cultura e Turismo, Dra. Etelvina Materrula, disse que, Chude conseguiu incorporar de forma notável a fusão de culturas, dos EUA e de Moçambique, associada a resistência e ao grito pela independência e liberdade contra o colonialismo e contra a descriminação racial, contribuindo, dessa forma, para a elevação da consciência da humanidade pela igualdade, justiça social e bem-estar dos povos.
Segundo a Ministra que falava em elogio fúnebre, por ocasião do Velório de Chude Mondlane, foi durante o seu percurso, como personalidade formada em antropologia e estudos africanos, por um lado, e, como artista, por outro, que a finada realizou pesquisas sobre diversas expressões culturais, em Moçambique, que resultaram em obras.
Para o governo, Chude Mondlane foi uma autêntica activista cultural determinada a transmitir seus conhecimentos e experiências na capitalização das artes e cultura para as transformações sociais às novas gerações moçambicanas, desenvolvendo programas de intercâmbio no país, especialmente com estudantes do Instituto Superior de Artes e Cultura, Comunidade de Nwadjahane e estudantes da Escola de Comunicação e Artes da UEM.
“Partilhou palcos e convenções internacionais com renomados artistas e críticos de arte, internacionalizando a cultura moçambicana, promovendo o país e se afirmando ela própria como moçambicana com identidade própria”, frisou.
Referiu que Chude influenciou políticas públicas e a sociedade na melhoria da condição de vida da criança, da rapariga e da mulher no país.
Tendo em conta as realizações, segundo a Ministra, o governo curva-se para enaltecer os seus feitos, reconhecer que a sua vida e obra constituem parte do processo histórico da libertação e desenvolvimento do país.
Por seu turno, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, garantiu que a UEM, através da ECA, compromete-se a preservar e eternizar os feitos e o legado deixado pela Chude Mondlane.
Segundo o Reitor, a forma de ser e estar da Chude, nas artes, eram a expressão mais visível da sua paixão, dedicação e comprometimento para o desenvolvimento do panorama artístico do país.
Em nome da família, Dr. Eduardo Mondlane Jr. fez saber aos presentes que Chude teve uma intervenção cirúrgica programada na África do Sul e, infelizmente, chegado ao hospital, devido ao agravamento do estado clínico exigiram que ela fosse internada nos cuidados intensivo. “Nem nós, nem ela tinha a real dimensão do perigo que enfrentava e, poucos dias, foi acometida pela Covid-19’’, disse.
Após a morte na madrugada do dia 24 de Junho, a família realizou a cremação do corpo em conformidade com a vontade manifesta pela própria Chude e a filha.
Muito emocionada, a filha da finada, Jane, frisou que a sua mãe viveu cada momento da sua vida e que era profundamente ligada ao mundo e tudo que fazia, fazia com imenso amor.
“A minha mãe me deu a maior das dádivas, o amor, fui uma filha que beneficiou de um amor profundo”, disse.
A primeira filha do arquiteto da unidade nacional morreu aos 66 anos na África do Sul. Segundo a família, a cerimónia final de despedida da cantora e filha de Eduardo Mondlane vão decorrer, em Nwadjahane, Mandlacaze, no próximo dia 20 de Junho.