Timor-Leste reconhece o apoio de Moçambique para o alcance da paz e na formação de quadros
O Presidente da República Democrática de Timor-Leste, Dr. José Ramos-Horta, reconheceu, hoje (06/07), em Maputo, o papel desempenhado por Moçambique para a reconciliação e o alcance da paz no seu país.
Horta destacou igualmente a preponderância de Moçambique na formação de quadros superiores, através da UEM. Como corolário disso, diversos , timorenses tem estado, actualmente, a exercer diferentes actividades naquele país, incluindo na governação. O rosto mais proeminente é Mari Alkatiri, Primeiro-Ministro de Timor-Leste no primeiro governo constitucional daquele país, em 2002. Alkatiri é formado em Direito pela UEM.
Outros tantos cidadãos daquele país continuam a frequentar o ensino superior na UEM, no âmbito das relações históricas de cooperação entre os dois países.
O Presidente Timorense explicou que foi graças ao contributo, abnegação e apoio dos agentes diplomáticos de Moçambique, particularmente, aqueles que se encontravam a trabalhar na Organização das Nações Unidas, que Timor-Leste encontrou espaço para encetar os primeiros contactos diplomáticos por forma a influenciar outros países a abraçarem a causa da independentista.
Ramos-Horta lembrou, de forma particular, o apoio concedido pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Dr. Joaquim Chissano, não apenas no campo diplomático, mas também no logístico.
Volvidos 22 anos após a independência de Timor-Leste, a 20 de Maio de 2002, José Ramos-Horta está de visita à Moçambique para, entre outros, agradecer o apoio prestado e tranquilizar que o seu país está bem.
Quando Timor-Leste acedeu à independência, lembra o gorvernante, apenas parte da cidade capital, Díli, é que dispunha da corrente elétrica, mas hoje, 97 por cento do país tem eletricidade. Timor tem, actualmente, 1300 médicos contra 19, aquando da independência. De uma universidade, passados 22 anos, o país evoluiu para 18 instituições de ensino superior.
Para além da melhoria da rede viária, ainda persistem em Timor desafios.
O Presidente de Timor-Leste falava na UEM, onde proferiu uma palestra subordinada ao tema “Timor-Leste, a Região e o Mundo”.
A anteceder a palestra, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, disse que a cooperação entre a UEM e Timor-Leste se enquadra na cooperação histórica entre os dois países, através do qual, a UEM tem vindo a receber estudantes bolseiros daquele país para frequentarem diferentes cursos de licenciatura, desde a década de 70.
O Reitor garantiu que os estudantes bolseiros de Timor-Leste recebem as mesmas condições e tratamento aplicado aos estudantes moçambicanos. Para elevar o nível da língua portuguesa, os estudantes timorenses são submetidos ao curso livre de língua portuguesa através do Centro de Línguas da UEM por um período de 3 meses.
Segundo o Reitor, nos últimos 10 anos, a UEM recebeu 24 estudantes, dos quais, 13 já terminaram a sua formação e 11 encontram-se em fase final da formação.
A UEM possui um memorando de entendimento com o Ministério de Educação de Timor-Leste para as áreas de formação, investigação científica, extensão, gestão administrativa, entre outras.
Dr. José Ramos Horta é Presidente da República Democrática de Timor-Leste desde Maio de 2022, cargo que ocupou entre 2007 e 2012. Foi igualmente Ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2002 e 2006, entre outros cargos.