Investigadores discutem a actualização da batimetria da costa moçambicana
O Centro de Pesquisas e Tecnologias do Mar “CePTMar”, unidade da Universidade Eduardo Mondlane organizou, esta semana, um workshop sobre Recolha e Compilação dos dados batimétricos da costa moçambicana.
Trata-se de um evento que reuniu investigadores de instituições moçambicanas e do Quénia, visando, essencialmente, discutir sobre a necessidade da actualização de dados da batimetria, que são fundamentais para a realização de pesquisas e outras actividades relacionadas com a costa.
“Pretendemos observar o que podemos melhorar, pois são várias instituições que trabalham com estas informações. Vamos compilar estes dados e, no final, produzirmos um mapa actualizado da batimetria do Canal de Moçambique, numa iniciativa que envolve também países como Quénia, Tanzânia, África do Sul e Madagáscar”, explicou o Director do CePTMar, Prof. Doutor Noca Furaca.
Sublinhou que, no final do evento, serão compilados os dados apresentados pelos pesquisadores de países envolvidos no acto, para facilitar a elaboração de um mapa geral e actualizado da batimetria do Canal de Moçambique.
“Estamos a falar de informações relacionadas com a profundidade do mar ou oceano, extraídas a partir de embarcações específicas, através de equipamentos que medem a profundidade. São importantes, como academia, porque temos uma actualização de banco de dados e vários modelos relacionados com o mar desenvolvidos dependem, primeiro, da situação batimétrica”, referiu.
Reiterou que o interesse não é somente da Universidade, mas também de muitas outras instituições que, para poderem desenvolver modelos de previsão do estado das marés, ondas, pescarias e até metrologia, dependem destes dados.
Por seu turno, o Director Científico da UEM, Prof. Doutor Emílio Tostão, afirmou que a diversidade das instituições participantes no workshop espelha, de alguma forma, a relevância e transversalidade do tema.
“A iniciativa conta com o envolvimento de dez alunos do programa de formação da Fundação Nipónica, vindos da região do Oceano Índico, podendo haver o aproveitamento das suas ligações e redes profissionais para aprimorar as suas capacidades em benefício de todos”, revelou.
Em Moçambique, o programa da compilação dos dados batimétricos está sendo coordenado pelo CePTMar e conta com o financiamento da Fundação Nipónica como um dos projectos GEBCO Alumni.