UEM procura destacar-se na concepção de políticas inclusivas
– Defende o Reitor, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior
O Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, defendeu que a Universidade procura, através do programa Crescimento Inclusivo, dotar Moçambique de capacidades de investigação e análises baseadas em evidências para a concepção de políticas inclusivas e a promoção do desenvolvimento sustentável.
O dirigente fez este pronunciamento, nesta Terça-feira, durante a cerimónia de abertura da Conferência Internacional de Desenvolvimento UNU-WIDER 2024, um evento que reuniu académicos e profissionais de renome, de diversos cantos do mundo, para discutir questões fulcrais de desenvolvimento.
Explicou que a parceria entre a UEM e a UNU-WIDER tem sido o pilar dos esforços académicos empreendidos há vários anos, uma vez que tem reforçado as capacidades de investigação na Universidade, promovendo, deste modo, uma cultura vibrante do debate académico, através de seminários e conferências.
“É inspirador testemunhar o crescimento de uma nova geração de economistas e investigadores que, tendo beneficiado das iniciativas de desenvolvimento de capacidades, promovidas pelo programa, estão activamente a moldar os debates académicos e a contribuir para o avanço da nossa nação”, assegurou.
O Reitor reconheceu a importância primordial de conferências como esta, explicando que visam estimular o exercício académico e apoiar a comunidade de investigadores moçambicanos na sua busca de conhecimento.
“Os temas a serem explorados nos próximos três dias alinham-se profundamente com os desafios que Moçambique enfrenta, sublinhando a necessidade urgente de investigação e análise rigorosas nestas áreas. Os conhecimentos adquiridos e as discussões realizadas, durante estas deliberações, devem servir, não apenas, para enriquecer o discurso académico, mas também, para fornecer contribuições valiosas para os principais debates políticos, tanto a nível local como internacional”, exortou.
A Directora Nacional de Políticas Económicas e Desenvolvimento no Ministério de Economia e Finanças, Dra. Enilde Sarmento, afirmou que urge a necessidade de compreender melhor as interacções sobre o crescimento, pobreza, desigualdades e os desafios para o crescimento inclusivo, abandonando um pouco o enfoque no crescimento como tal, olhar para questões de distribuição equitativa da renda.
“De modo geral, no que diz respeito a questões socioeconómicas, Moçambique tem estado a registar desafios no crescimento inclusivo, não obstante alguns avanços em alguns sectores, mas há um entendimento comum de que persistem desafios. Há esforços na manutenção da estabilidade política, que é um elemento bastante importante para assegurar o processo de crescimento inclusivo. Há igualmente esforço na manutenção da estabilidade macroeconómica, apesar dos choques registados sobretudo nos últimos anos”.
Destacou que tem havido também a implementação de uma série de programas e reformas sociais, com o objectivo de melhorar o processo de crescimento inclusivo em Moçambique.
“O gráfico de mais ou menos os últimos dez anos, dá-nos a imagem de que, de facto, houve momento em que Moçambique registou um crescimento em termos de PIB real, crescimento real, acima da média da região, mas é também nosso entendimento analisar outros indicadores e números que, nesse período, não conseguimos verificar no crescimento inclusivo. A trajectória do crescimento no país registou avanços e algumas desacelerações, um pouco em parte afectado pela conjuntura interna e mundial”, detalhou.
Por seu turno, o Reitor da Universidade Pedagógica, Prof. Doutor Jorge Ferrão, analisou o desenvolvimento na perspectiva da educação, assegurando que, nos últimos anos, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano tem registado um orçamento mais alto comparativamente com os outros sectores, no entanto, o montante só serve para pagar salários.
“Temos, hoje, cerca de 145 mil professores, para o universo de dez milhões de crianças, o que, na prática, significa que o rácio aluno – professor está na ordem de 72 alunos para cada professor e, em média, nas províncias da Zambézia, Niassa, Cabo Delegado e Tete. O melhor rácio que temos no país continua a ser o de Gaza e Inhambane, com cerca de 41 alunos por professor, porque são as províncias menos densamente povoadas”, revelou.