Ivan Collinson apela as instituições de ensino superior a se posicionarem diante da inteligência artificial
O académico Ivan Collinson, especialista em educação, apelou ao uso da inteligência artificial no processo de ensino e aprendizagem no ensino superior, explicando que se trata de um desenvolvimento tecnológico que veio para ficar, assim como tantos outros.
O especialista e actual Director-adjunto do Registo Académico da UEM, falava esta Quarta-feira (20/03), em Maputo, numa palestra cujo tema foi “A inteligência artificial e seu impacto na educação superior”, realizada pela Escola Superior de Ciências do Desporto da UEM (ESCIDE).
Explicou que o ensino superior deve se posicionar diante destes novos desenvolvimentos e, caso não haja preparação por parte das instituições, os estudantes farão uso destas tecnologias sob o risco de os professores serem enganados pela produção de conteúdos, aparentemente genuínos, enquanto, na verdade, não o são.
“Estes desenvolvimentos devem ser vistos como auxiliares no processo de ensino e aprendizagem, sendo que, claramente, não vão substituir o professor, mas é um facto que temos que começar a reflectir seriamente sobre o seu uso como aliados, mesmo diante do susto. Se não o fizermos, corremos o risco de ficar para trás”, disse.
Argumentou que, em outras partes do mundo, no ensino primário e secundário, já existem aplicações da inteligência artificial, com impactos positivos, portanto, é preciso fazer uma reflexão sobre de que forma a Universidade Eduardo Mondlane ou o ensino superior em Moçambique se ajusta diante deste desenvolvimento. É preciso também questionar o modo como a formação deve ser feita.
“Existe um documento que foi subscrito, elaborado no Japão, em Outubro de 2023, convidando várias instituições de ensino superior do mundo inteiro, dos quais mais de 100 já terão subscrito, a concordarem com os seis princípios fundamentais do uso de inteligência artificial. Vamos concordar que cada instituição tem o seu contexto e, diante disso, faz um levantamento do seu posicionamento e esse é o nosso apelo, que o Ensino Superior em Moçambique se posicione diante destes novos desenvolvimentos”, destacou.
José Muchanga, Presidente do Núcleo dos Estudantes da ESCIDE, referiu que a inteligência artificial tem impactos positivos e negativos, mas pretende continuar a fazer uso desta inovação para facilitar a sua aprendizagem.
“Os impactos positivos têm a ver com a personalização do ensino e a tecnologia permite um ajuste ao ritmo do estudante, por um lado. Por outro lado, o impacto negativo da inteligência artificial está relacionado com a ética e a privacidade é um aspecto que nós, como estudantes e como docentes, devemos ter em conta ao usar estas tecnologias”, destacou.
O evento contou com a participação do Director da ESCIDE e do corpo docente.