CEEG e parceiros lançam livro sobre o diagnóstico institucional do país
Foi lançado, esta quinta-feira (21.04), em Maputo, o livro intitulado “Moçambique numa encruzilhada: projecto de diagnóstico institucional”. O livro, que congrega diversos pesquisadores entre moçambicanos e estrangeiros, apresenta os principais constrangimentos que impedem o rápido crescimento económico e de forma inclusiva de Moçambique.
A obra está dividida em três partes e conta com 12 capítulos. Na primeira parte, com dois capítulos, os autores fazem uma abordagem geral histórica do país, identificando os problemas, mas também os avanços registados.
Na II parte do livro, constituída por 8 capítulos temáticos, são analisados os progressos e avanços nos sectores agrícola, educação, saúde, descentralização, e a temática sobre gestão das finanças públicas.
Na III parte, a obra abarca temas relacionados com a independência do judiciário, a relação de Moçambique com os países doadores e o sector extractivo.
De acordo com o Dr. Firn Tarp, que apresentou a perspectiva geral do livro, a obra apresenta as principais fraquezas institucionais básicas que comprometem o desenvolvimento, tais como a incapacidade de as instituições implementarem estratégias e planos oficiais aprovados, baixa capacidade do Estado na prestação de serviços, a incapacidade das instituições do Estado no controlo do território e a dependência do judiciário face ao poder executivo, entre outros.
O Director da Faculdade de Economia, Doutor Fernando Lichucha, disse que o livro é um contributo do projecto “Crescimento Inclusivo em Moçambique”. Começou a ser escrito em Junho de 2019 e contou com a colaboração de notáveis pesquisadores e renomadas individualidades que deram a sua contribuição sobre os processos de desenvolvimento do país e o estágio actual das instituições.
Referiu que o livro, além de servir de um documento de referência sobre a história institucional de Moçambique, é importante para todos que procuram entender o funcionamento das instituições moçambicanas.
“Sem instituições moçambicanas e confiáveis, o desenvolvimento económico fica aquém do possível e isto é um facto amplificado pelo livro’’, disse.
O livro foi coordenado pelo Centro de Estudos de Economia e Gestão, unidade da UEM adstrita à Faculdade de Economia que, desde 2015, tem estado a realizar pesquisas através do projecto “Crescimento Inclusivo em Moçambique (IGM)” e envolve instituições como ONU WIDER, Ministério da Economia e Finanças e a Universidade de Copenhaga.