Investigadores buscam soluções para bactérias em aves
Investigadores buscam mais estratégias para controlar patógenos de origem alimentar que assolam alguns mercados da cidade de Maputo, resultantes da forma como é feito o abate, armazenamento, processamento e a venda de aves, com destaque para frangos.
A informação foi revelada esta Quarta-feira, pelos pesquisadores do projecto Cheep Cheep 2, durante um workshop organizado pelo Centro de Biotecnologia da Universidade Eduardo Mondlane (CB – UEM), em parceria com a Universidade de Washington e o Instituto Nacional de Saúde.
Intervindo no evento, a Directora do CB – UEM, Dra. Lucinda de Araújo, falou da necessidade de um trabalho colaborativo, multissectorial e multi-institucional, para melhorar a qualidade microbiana de frangos abatidos nos mercados informais.
“A produção de frangos de corte tem aumentado significativamente nos últimos anos, sendo que, em 2022, Moçambique ocupou a segunda posição a nível da África Austral, com uma produção de cerca de 147 mil toneladas por ano. No entanto, a ocorrência de bactérias que podem infectar e causar doenças em humanos constitui risco à saúde pública no país”.
Afirmou que os resultados obtidos na pesquisa feita pelos investigadores do Centro de Biotecnologia despertaram interesse e, consequentemente, o desenvolvimento do projecto Cheep Cheep 2, com o objectivo de desenvolver e testar intervenções em mercados informais.
“O presente workshop reveste-se de capital importância pelo facto de reunir diferentes instituições de pesquisa governamentais e da sociedade civil para, em conjunto, discutir estratégias para controlar patógenos de origem alimentar nos mercados”, salientou.
O coordenador da iniciativa, Dr. Hermógenes Mucache, referiu que, nesta segunda fase do projecto, o objectivo é alargar as intervenções para desenvolver e testar as estratégias em mercados informais, de modo a reduzir perigos e riscos relacionados com a contaminação microbiana de frangos e produtos avícolas.
“Esta fase do projecto inicia este ano e estende-se até ao ano 2026. Na fase anterior, observamos que a maneira como o frango é abatido, processado e vendido tem uma grande influência para a contaminação por bactérias. Portanto, têm maior influência as dificuldades de acesso à agua e aos recipientes usados para o processamento “, destacou.