Académico Franklin Lisk defende maior colaboração entre universidades africanas
O académico e colaborador sénior das Nações Unidas, Prof. Doutor Franklin Lisk, defendeu um maior engajamento na colaboração entre as universidades africanas, por considerar relevante no que toca a benefícios mútuos, bem como no respeito pelos valores existentes.
Na sua opinião, quando a colaboração envolve instituições de ensino superior africanas, geralmente, o objectivo dessa colaboração é desenvolver acções concretas, sem interferência externa.
O orador que proferiu uma palestra intitulada “Advancing excellence in reaserch throuth institutional capacity-bulding and internalization strategy: Lessons and implications for UEM’’ Promoção da excelência na investigação através da capacitação institucional e da estratégia de internalização: lições e implicações para a UEM, disse que a internacionalização que se pretende deve ser desenhada, primeiramente, tendo uma perspectiva regional, e tal passa por estabelecer parcerias com instituições de ensino superior a nível regional nas diversas áreas de ensino e pesquisa.
Outrossim, segundo o orador, é importante implementar práticas de internacionalização tais como diversificar a nacionalidade dos estudantes bem como do corpo técnico e administrativo. “Por exemplo, a Faculdade de Economia pode trazer académicos para troca de experiências, particularmente vindos de universidades mais cotadas do continente africano, com enfoque para aquelas que são especializadas na área de economia e estudos de desenvolvimento”, disse.
Apontou três pilares no funcionamento de uma universidade, partindo da própria experiência individual, o pilar da educação, da pesquisa e internacionalização.
Por outro lado, sublinhou que as universidades africanas devem adoptar a inovação, porque esta permite solucionar problemas locais, tendo em conta o contexto e os recursos existentes. “Quando inovamos, usamos as nossas habilidades e recursos para encontrar soluções para os nossos desafios; tecnologia qualquer um pode comprar e pode não se aplicar à realidade local”, frisou.
“A Excelência na pesquisa em Africa só pode ser alcançada quando as universidades direccionarem as suas pesquisas para solucionarem problemas locais”, avisou.
Para finalizar, apontou alguns caminhos a serem trilhados pela Universidade, nomeadamente, explorar oportunidades dentro da estratégia de internacionalização, através de um engajamento com actores externos, como com o Governo e sector privado, instituições autónomas de pesquisa, organizações não governamentais, fundações e organizações internacionais para o avanço e fortalecimento da excelência na pesquisa, educação e políticas públicas.
Na sequência, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, disse que a palestra que o Prof. Doutor Franklin Lisk proferiu na UEM, constitui o início de uma colaboração entre a Universidade e aquela individualidade. “Estamos satisfeitos pela perspectiva que deu para o alcance dos nossos objectivos em sermos uma instituição académica de referência, concluiu.
Antes de proferir a sua palestra com o corpo directivo da Universidade, o Prof. Doutor Franklin Lisk deu uma aula aos estudantes da Faculdade de Economia da UEM.
O Professor Franklyn Lisk é economista de desenvolvimento e consultor político com mais de 50 anos de experiência profissional. Actualmente é Director Académico para África no Gabinete Executivo da Universidade de Warwich, Reino Unido, com responsabilidade pela construção de parcerias com universidades africanas em actividades de investigação e educação, e também Professor de Economia Política Internacional do Desenvolvimento Africano no Departamento de Política e Estudos Internacionais, na mesma universidade.