ECA acolhe lançamento do estudo sobre mulher e arte
A Escola de Comunicação e Artes da UEM acolheu, esta Sexta-feira, o lançamento do ˝Estudo sobre Mulher e Arte Contemporânea em Moçambique˝, uma pesquisa que permite uma visão mais profunda sobre a participação da mulher no sector artístico, desde o seu perfil sociocultural, económico, académico e profissional.
Este estudo, com foco na capital do País, revela depoimentos de 48 artistas nacionais, que se destacam em várias áreas, como na poesia, música e teatro, demostrando o contributo das mulheres no desenvolvimento das artes contemporâneas moçambicanas e do país em geral.
Na ocasião, a Vice-Reitora Académica, Prof. Doutora Amália Uamusse, referiu que o estudo chama atenção, justamente para uma lógica de empoderamento das mulheres no campo das artes, e o seu lugar neste domínio, que esteve de algum modo condicionado pelos valores culturais nas suas variadas dimensões.
“No caso de Moçambique, a pergunta da Linda Nochli tem resposta, e é a seguinte: sim, tivemos e continuaremos a ter grandes artistas a ocuparem o lugar que lhes cabe e a fazerem a diferença. Celebrar, hoje, o dia 08 de Março e, quase um mês depois, o 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana, é, de facto, celebrar as conquistas das mulheres até aos dias de hoje, relembrando o difícil e longo caminho para a igualdade, principalmente no campo das artes”.
A Vice-Reitora afirmou que a UEM tem dado o seu contributo na luta pelos direitos da mulher, sendo o CeCAGe um exemplo a notar, argumentando que, desde a sua criação, tem contribuído de forma decisiva para a promoção da igualdade do género na academia e na sociedade em geral, através de várias acções, tais como formações, seminários e produção de normas e códigos de ética.
“Além disso, a criação da ECA veio a consolidar os espaços de luta pela emancipação da mulher, oferecendo-lhe a formação que deseja no domínio das artes, refiro-me à música e ao teatro, em particular, para não falar de outras áreas consideradas masculinas, como a comunicação social, com tarefas específicas consideradas “braçais”, como por exemplo, carregar uma câmara de filmar ou coordenar a redacção do jornal”, disse.
Opinião similar foi partilhada pela Embaixadora do Reino da Espanha, Doutora Teresa Orjales, que reconheceu o papel da mulher moçambicana no desenvolvimento das artes, enaltecendo, igualmente, o contributo da Escola de Comunicação e Artes da UEM na formação de jovens comprometidos com o crescimento do país.
Por sua vez, a autora do estudo, Clara Pavón, afirmou que, para compreender a história das artes contemporâneas de Moçambique, é imprescindível viajar para o universo dos artistas entrevistados, assegurando que há muitos livros de histórias locais desaparecendo nas prateleiras, daí a relevância do registo do património artístico do país.
O certame, enquadrado nas cerimónias de celebração do Dia Internacional da Mulher, que este ano decorre sob o lema: “Mulher na Arte Contemporânea em Moçambique”, contou com a participação de renomadas artistas nacionais que participaram do estudo, com destaque para a dramaturga Manuela Soeiro e a escritora Lília Momplé.