UEM cria Biobanco de biodiversidade animal
A UEM passa a dispor, oficialmente, de um Biobanco de Biodiversidade Animal, destinado ao armazenamento de amostras de fauna bravia. A infraestrutura apresentada, ontem (15.02), é da iniciativa de duas unidades da UEM, nomeadamente o Centro de Biotecnologia e o Museu de História Natural.
O Biobanco vai servir como infraestrutura de apoio para a investigação científica em biodiversidade, saúde pública e forense.
Especificamente, o Biobanco pretende centralizar dados e amostras de biodiversidade e providenciar material biológico de qualidade, para alavancar a ciência nacional e estimular a investigação transnacional para o desenvolvimento e aplicação de políticas ambientais, forenses e de saúde pública.
O Biobanco possui dois laboratórios sediados no Museu de História Natural e no Centro de Biotecnologia, com equipamento e processos de biologia molecular de ponta, conservação e um sistema de Back-up que garante a conservação de amostras por longos anos e com qualidade.
Dispõe, ainda, de uma cabine de biossegurança de nível-2, sistemas de frio e, ainda, um PCR portátil em tempo real, que permite a amplificação e identificação de material proveniente de raias ou tubarões.
Na ocasião, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, disse que a infraestrutura é reflexo do compromisso da instituição em criar condições e acções urgentes, face à exploração desordenada e descontrolada de espécies e ecossistemas, com importância socioeconómica, cultural e ecológica no país.
O Reitor reconheceu que o armazenamento de material biológico se afigura como um assunto de grande relevância para Moçambique, país que possui uma notável abundância de recursos naturais e biodiversidade, pilares considerados vitais para o desenvolvimento.
Segundo o Reitor, a criação de um Biobanco vai permitir vários estudos genéticos para programas de translocação e repovoamento de vida selvagem; detecção e controlo de doenças; apoio no combate a caça furtiva e pesca ilegal; e apoio na implementação de quadros jurídicos nacionais que regulam a exportação de amostras biológicas para fins científicos e comerciais, através de biobancos.
“A UEM está em processo de transformação em Universidade de Investigação. Por isso, a criação de laboratórios e armazenamento de amostras biológicas é crucial neste processo”, disse.
Por seu turno, o Investigador do MHN, Prof. Doutor Carlos Bento, destacou a necessidade de o país começar a desenvolver uma abordagem mais sistemática em termos de conservação da biodiversidade, olhando para as questões relacionadas com a biogeografia. Fez notar que há um défice em termos de monitoria e vigilância de epidemiologias.
Com a criação deste Biobanco em biodiversidade animal, o país passa a contar com um total de 4, designadamente o Biobanco do Instituo de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM); do Instituto Nacional de Saúde; e do Parque Nacional da Gorongosa.