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Prof. Ernesto Wetimane traz da China uma “mala cheia” de tecnologia agrícola

O Director da Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Prof. Doutor Ernesto Wetimane, regressou, há dias, do Fórum de Cooperação Económica, Comercial e Cultural China-África 2025 com uma “mala cheia” de tecnologia agrícola que promete revolucionar o sector agrário em Moçambique.

O acordo histórico, assinado em Jinhua, na província chinesa de Zhenjiang, representa a materialização prática de uma parceria estratégica que havia sido lançada em Outubro do ano passado, quando a UEM e a Zhejiang Normal University rubricaram o acordo para a criação de um Laboratório Conjunto de Agricultura Inteligente.

O que era um projecto no papel torna-se agora realidade concreta. O pacote tecnológico inclui a imediata deslocação de técnicos chineses a Moçambique para montar campos experimentais de última geração nas instalações da FAEF. Estes espaços servirão como centros de demonstração e formação onde agricultores, técnicos e estudantes poderão contactar directamente com tecnologias como sensores de humidade do solo, estações meteorológicas automatizadas e sistemas de análise de solos.

A cooperação ultrapassa os muros da universidade. Paralelamente aos campos experimentais na FAEF, será implementado um projecto-piloto em condições reais de produção nas fazendas da WAMBAO, no distrito de Matutuine. Esta abordagem dupla permitirá testar a adaptabilidade das tecnologias chinesas tanto em ambiente controlado como em condições reais de exploração agrícola.

Um dos pilares fundamentais do acordo é o programa de estágios que permitirá aos melhores graduados moçambicanos em ciências agrárias formação directa em quintas e instituições de pesquisa chinesas.

O acordo agora rubricado complementa perfeitamente o financiamento assegurado no ano passado, que prevê a criação do Laboratório Conjunto de Agricultura Inteligente UEM-Zhejiang Normal University. Enquanto o laboratório funcionará como centro de investigação, os novos acordos focam-se na aplicação prática desse conhecimento.

A contraparte chinesa já havia comprometido 3.000 metros quadrados de espaço laboratorial na China, equipamentos de análise e um fundo de investigação que disponibiliza um mínimo de 500.000 meticais por projecto aprovado.

A médio prazo, está prevista a criação de um Parque de Ciência e Inovação Agrícola que desenvolverá culturas adaptadas às condições locais, como variedades de milho e arroz de alto rendimento resistentes a pragas.

A implementação das primeiras tecnologias está prevista para os próximos meses, marcando o início de uma nova era para a agricultura de precisão em Moçambique.