
Estudantes de Arqueologia realizam estágio curricular na Ilha de Moçambique
Estudantes finalistas do curso de Arqueologia e Gestão do Património Cultural do Departamento de Arqueologia e Antropologia da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM encontram-se, desde 15 de Novembro, a realizar estágio curricular de um mês na Ilha de Moçambique.
Os estudantes estão distribuídos pelo Centro de Arqueologia, Investigação e Recursos da Ilha de Moçambique (CAIRIM), Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM), Museus da Ilha de Moçambique e Associação Ilha de Moçambique. Durante o estágio, recebem formação prática em Arqueologia Subaquática, Escavação Arqueológica, Análise de Material Arqueológico, Educação Patrimonial e Documentação Científica.
A iniciativa resulta de uma parceria entre a Faculdade e o CAIRIM, ambas unidades da UEM, visando reforçar a componente prática da formação em Arqueologia e Património.
Segundo Director do CAIRIM, Mestre Cézar Mahumane, coordenador local da iniciativa, a recepção destes estudantes é fundamental para o processo de ensino e aprendizagem, pois permite articular teoria e prática. “Aqui, os estudantes aplicam os conhecimentos adquiridos nos domínios da Arqueologia, Museologia e Gestão do Património Cultural em situações reais, num dos contextos patrimoniais mais relevantes do país”.
Acrescentou que a colaboração com as instituições da Ilha fortalece a etapa final da formação dos estudantes. “Muitos estão a elaborar os seus trabalhos de conclusão de curso. Queremos que esses trabalhos transcendem a teoria e tenham impacto prático. A vivência quotidiana do património, a interacção com as comunidades e a observação directa da realidade local permitem-lhes consolidar competências e contribuir para uma gestão mais eficaz do património, além de inspirar futuros projectos de investigação”.
Letícia Boanela, finalista de Arqueologia e Gestão do Património Cultural, afirmou que o estágio oferece contributos essenciais para o seu trabalho de investigação. “O meu estudo aborda a transição do primeiro para o segundo milénio na Estação Arqueológica de Chibuene, em Inhambane, com enfoque na cerâmica importada e local. Aqui, na Ilha, pude identificar semelhanças nas peças expostas, o que acrescenta novas perspectivas à minha análise”.
Para Letícia, a experiência é também uma oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre a cultura macua. “Sendo este um Património Mundial com enorme diversidade cultural, tanto no património edificado como no imaterial, espero compreender melhor esta riqueza. Como natural do distrito de Ribáuè, em Nampula, sinto que esta vivência é particularmente significativa”.
Ribas Chabane, igualmente finalista, acredita que o estágio será determinante para o aprimoramento do seu projecto de conclusão de curso, centrado na conservação de objectos arqueológicos subaquáticos.
