Universidade Eduardo Mondlane

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CDA DA UEM-2025: Líderes definem rumo da reforma da UEM

– Luísa Diogo alerta para riscos, Guilherme Júnior traça agenda prática

  Num contexto de restrições orçamentais extremas e resistência à mudança, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) iniciou esta Quinta-feira, na Ponta de Ouro, no Distrito de Matutuine, o seu Conselho de Directores Alargado (CDA-2025), com um apelo claro da antiga Primeira-ministra Luisa Diogo: a reforma institucional exige liderança estratégica capaz de superar a inércia organizacional e transformar a cultura universitária.
Perante directores de unidades orgânicas e centrais, a Dr.ª Luisa Diogo alertou que a transição para Universidade de Investigação enfrenta “sérios obstáculos derivados da resistência à mudança, fenómeno” que se manifesta através de comportamentos como sabotagem, ridicularização ou disseminação de boatos. Num diagnóstico cru, a ex-governante destacou que, na era digital, essa resistência encontra novas âncoras nas redes sociais, onde “indivíduos inconformados organizam ‘assembleias gerais’ através de plataformas como WhatsApp, partilhando rumores e mal-entendidos”.
Na palestra de abertura, intitulada “O Papel da liderança estratégica na implementação de reformas institucionais”, Luísa Diogo centrou o seu discurso na natureza humana e estratégica da transformação.
Diogo defendeu que a estratégia do líder deve assentar na mobilização das equipas, visando assegurar que elas compreendam e assumam as reformas pretendidas, como uma agenda colectiva e partilhada, o que implica o seu envolvimento pleno, desde as fases preliminares de identificação dos problemas até à formulação conjunta de uma visão do futuro.
A oradora foi peremptória ao afirmar que o sucesso depende de todos os níveis. “Estamos a falar da liderança principal e das lideranças de cada escola, faculdade, etc. Na realidade, o sucesso depende de cada uma das unidades sujeitas à transformação. Trata-se de mudanças da cultura organizacional. É necessário assegurar a aparição, seleccionando os riscos e abordá-los holisticamente”.

“Criar um ponto de inflexão” com uma agenda concreta

O Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, contextualizou a reforma num cenário de restrições, mas com um objectivo claro de acção. À semelhança de 2024, o ano em curso continua a ser desafiante para a Universidade, nomeadamente desafios decorrentes de limitações financeiras extremas que põem à prova a capacidade de resiliência, mas com efeitos na eficiência e eficácia das acções pondo-os verdadeiramente ao limite.
Perante este cenário, o Reitor afirmou que a reunião foi agendada “afastado da nossa rotina burocrática, na esperança de que consigamos gerar sinergias necessárias e criemos um ponto de inflexão, rumo a uma Universidade de Investigação (UdI) ”. Salientou que o CDA é o espaço por excelência de fala aberta, franca, e sem tabus sobre os problemas da instituição, com vista a encontrar propostas concretas de acção.
Para consolidar a reforma, cujas sementes já estão lançadas, o Reitor apresentou a agenda concreta do conselho: “Neste CDA, de 2025, iremos direccionar o nosso foco para os seguintes temas: Relatório de monitoria e avaliação da matriz de recomendações do CDA 2024 e Quick Wins, como tem sido prática; Mecanismos de Incentivo à Mobilização de Recursos na UEM; Proposta de Reestruturação e de Regulamentos-Tipo das Faculdades, Escolas Superiores e Centros Académicos; e Reestruturação dos Órgãos e Serviços Centrais”, disse.