
Reitor enaltece o papel da UEM na construção de bases tecnológicas do país

O Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, defendeu que, ao longo das cinco décadas, a Universidade desempenhou um papel decisivo na construção das bases tecnológicas que, hoje, sustentam muitos dos sistemas informáticos, redes académicas, iniciativas de formação e infraestruturas digitais existentes no país.
Explicou que, actualmente, as Tecnologias de Informação e Comunicação deixaram de ser apenas ferramentas operacionais para se afirmarem como alicerces da governação universitária, da investigação científica, da inovação, da inclusão digital, da economia do conhecimento e da internacionalização do ensino superior.
Manuel Guilherme Júnior falava, esta Terça-feira, durante a “Mesa Redonda sobre o Papel da UEM no desenvolvimento das TIC em Moçambique ao longo dos 50 anos de Independência Nacional”, evento organizado pelo Centro de Informático da Universidade Eduardo Mondlane (CIUEM).
Alertou que, nos últimos anos e, de forma cada vez mais acelerada, a transformação digital deixou de ser uma opção e tornou-se um imperativo. “A UEM encontra-se, neste momento, num processo significativo de reposicionamento estratégico, alinhando-se a modelos modernos de universidade orientada para a investigação, para a transferência de conhecimento e para impacto social”.
O Reitor reconheceu que tal caminho exige infraestruturas tecnológicas resilientes, sistemas interoperáveis, serviços digitais acessíveis, redes estáveis, cultura de inovação e elevados padrões de segurança e ética digital.
“O CIUEM tem, hoje, a responsabilidade de ir para além do papel tradicional de suporte tecnológico. Deve ser e já começa a ser um actor visionário e estruturante da transformação digital da UEM. O futuro que queremos exige uma visão clara: uma universidade digital, centrada na experiência do estudante, na qualidade da investigação, na eficiência da gestão e na abertura à colaboração nacional e internacional”.
Durante o evento, houve depoimentos pessoais e narrações de momentos-chave vivenciados pelos antigos directores do Centro de Informática da UEM, destaque para o período inicial do uso de e-mail na Universidade.
O Eng.° Francisco Mabila, antigo dirigente do CIEUM, disse que, a partir do ano 1992, já existia o e-mail, mas era uma ligação muito limitada e só no ano seguinte é que se tornou estável, porém, predominava uma pequena comunidade de utilizadores, uma vez que se tratava de algo novo e maior parte das pessoas não conhecia. “Por isso tínhamos sempre encontros entre utilizadores para a troca de experiências e partilha das novas descobertas no ramo das tecnologias. Nesse período, o serviço era gratuito como forma de estimular e divulgar o uso do e-mail e só começamos a ser cobrados quando atingimos o utilizador número 100”, disse.
Explicou que, na altura, a cobrança pelos serviços era num valor muito simbólico e apenas a UEM era quem providenciava o serviço. “Mas, depois, houve um projecto financiado pela USAID, que estimulou o surgimento de outros provedores”, revelou.
Na mesma lógica de ideias, Doutora Teresa Cardoso, também antiga Directora do Centro de Informática, afirmou que, nos anos 80, havia insuficiência de equipamentos informáticos e, mesmo assim, a sua direcção conseguia dar assistência a vários cursos lecionados na Universidade.
No final do evento, houve momento de homenagens às personalidades que se destacaram no desenvolvimento e evolução do Centro de Informática da Universidade Eduardo Mondlane. 