
Museu de História Natural renasce como centro de ciência, cultura e inclusão
A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) reabriu as portas do Museu de História Natural (MHN), em Maputo, após um profundo processo de requalificação iniciado em 2023 e financiado pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS). O espaço icónico da ciência e da cultura moçambicana ressurge agora como um museu moderno, inclusivo e alinhado com os padrões internacionais.
Para a requalificação da infra-estrutura, a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) injectou cerca de 90 milhões de meticais, através do Programa RINO e outras iniciativas.
Durante a intervenção, o Museu ganhou laboratórios de última geração, salas de formação e infra-estruturas de investigação, reforçando a sua vocação académica e científica. A exposição permanente foi reorganizada, com destaque para a renovação da Sala de Exposições Permanentes e da Exposição de Espécimes, tornando a experiência mais educativa e interactiva.
A acessibilidade foi uma das grandes prioridades. Foram introduzidos elementos morfológicos e informativos adaptados a pessoas com deficiência auditiva e visual, além de acessos para pessoas com mobilidade reduzida em todas as áreas. Os conteúdos passaram a integrar, de forma sistemática, temas ecológicos e ambientais, reforçando a missão educativa do Museu.
No plano arquitectónico, o edifício recebeu nova cobertura, climatização central, energia fotovoltaica e sistemas modernos de segurança, garantindo melhores condições para a conservação das espécies e objectos expostos. Foram ainda introduzidas casas de banho internas, respondendo a uma antiga demanda dos visitantes.
Na cerimónia, a Ministra da Educação e Cultura, Doutora Samira Tovela, destacou que as mudanças “vão dinamizar as actividades expositivas e educativas do Museu”, apelando para que a população e o sistema educativo aproveitem este recurso para aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade e a cultura nacionais. “Esperamos que a população moçambicana, de todos os estratos sociais, bem como o sector da Educação, nos seus subsistemas primário, secundário, pré-universitário e universitário, faça uso deste recurso para melhor conhecer a riqueza dos ecossistemas, da biodiversidade e da cultura de Moçambique”, destacou.
O Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, salientou que o projecto “possibilitou não apenas a requalificação física do Museu, mas também o treinamento de jovens cientistas e a instalação de laboratórios de ponta, como o de Caracterização Genética e o Biobanco de Diversidade Animal”, reforçando o papel do MHN como plataforma de investigação e inovação.
O Embaixador da Itália em Moçambique, Gabriele Annis, afirmou que o objectivo foi mais do que restaurar um edifício histórico: “o Museu apresenta-se como uma instalação de nível internacional, capaz de interagir com redes científicas globais e promover a consciencialização sobre a biodiversidade como bem comum e recurso para o desenvolvimento sustentável”.
Já o Director da AICS, Marco Rusconi, sublinhou que a requalificação do MHN é “um símbolo concreto da cooperação entre Itália e Moçambique, alinhada com o Plano Mattei, que prioriza a educação e a formação”, reforçando oportunidades para jovens estudantes e aproximando o público da riqueza natural do país.
Mais do que uma reinauguração, a reabertura do Museu de História Natural representa o início de um novo ciclo científico, educativo e cultural, em que Moçambique reafirma o seu compromisso com a valorização do património e da biodiversidade como pilares de identidade e desenvolvimento sustentável.