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JORNADAS CIENTÍFICAS DA FAEF

“Não há segurança alimentar e nutricional sem políticas públicas robustas”

– Alerta Prof. Doutor Luís Artur

As Jornadas Científicas da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) iniciaram, na Quarta-feira (03/12), com um alerta lançado pelo orador principal do evento, Prof. Doutor Luís Artur:  não há país que já conseguiu garantir a segurança alimentar e nutricional sem políticas públicas robustas a volta da agricultura e florestas.

Falando sobre a “Insegurança Alimentar em África e no Mundo”, o docente e investigador da FAEF explicou que o país precisa de definir uma agenda própria para o sector agrário que, por sua vez, produz matéria-prima e alimentos que podem gerar receitas na economia. “Devemos também fazer escolhas responsáveis das áreas de produção, pois não é em qualquer terreno que devemos permitir a construção de infraestruturas físicas, porque podemos estar a perder locais importantes para a produção agrícola”, alertou.

O Vale de Infulene é, segundo o orador, exemplo claro de desperdício, visto que nos últimos anos tem estado a perder, anualmente, um por cento da sua área de produção. “A esta velocidade, daqui a algum tempo, podemos não ter mais este lugar importante para a produção de hortícolas a nível da cidade e província de Maputo”.

Alertou que deve também haver responsabilidade na escolha de equipamentos agrícolas, explicando que, por exemplo, há zonas sensíveis em que não pode haver movimentação de tractor para evitar questões de erosão, perda de solos e de florestas.

Em relação à insegurança alimentar em África e no mundo, o orador garantiu que o mundo não tem problemas de falta de alimentos, explicando que cerca de 30 por cento do que é produzido a nível global é desperdiçado. “Vai para o lixo, ora porque perdemos no processo produtivo ou no transporte.  O outro aspecto é que os alimentos, quando chegam, são comercializados a preços muito altos para o bolso do cidadão e a sua redução passa pelo aumento dos níveis de produção e de oferta assim como de políticas públicas que garantem e protegem estes cidadãos”, referiu.

Em representação do Director do FAEF, a Doutora Sílvia Sitoe disse que o evento constitui um espaço essencial para a divulgação de trabalhos científicos desenvolvidos pelos estudantes da pós-graduação, o que no seu entendimento representa a maturidade académica, fortalecimento da pesquisa e o protagonismo na produção de conhecimento. “Começar algo novo exige coragem, empenho, colaboração e o desejo genuíno de construir algo que faça a diferença. Por isso, o evento nasce para estimular o diálogo e ampliar horizontes e incentivar os nossos jovens investigadores a irem além”, disse.

Com a duração de dois dias, as jornadas científicas da FAEF são marcadas por apresentações orais em sessão plenária e exposição de posters. Para além de momentos culturais, decorrem igualmente a exposição e venda de produtos agrícolas de estudantes e outros intervenientes como é o caso da Incubadora de Negócios da UEM.