Geocientistas partilham informação geológica do continente africano
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- Criado em 06-10-2015
Geólogos de África, Europa e Ásia estão reunidos desde hoje, em Maputo, para partilharem informação sobre a situação geológica-mineira de África. O evento bienal, que junta 175 participantes de 32 países, inclui técnicos das áreas de geociências, especialmente utilizadores e beneficiários de informação de natureza geológica.
Moçambique tem conhecido vários desenvolvimentos no sector dos recursos minerais com a abertura de 4 minas de carvão, 1 mina de rubi, 3 minas de arreia pesadas, a exploração de gás natural de Temane e Pande, a descoberta de cerca de 200 TCFs de reservas de gás natural na bacia do Rovuma, para além de licenças de prospecção em diversos estágios de avaliação de recursos.
De acordo com a Directora da Faculdade de Ciências da UEM, a Profª Doutora Amália Uamusse, este progresso pode ser atribuído ao mapeamento geológico de todo o país à escala de 1 para 250 mil, concluído em 2006. Tratou-se de informação geológica colhida e processada por um grande número de geólogos moçambicanos formados pelo Departamento de Geologia da UEM.
Segundo a Directora da Faculdade de Ciências, a UEM gradua, em média, 15 estudantes de geologia por ano, num universo de 400 graduados formados desde 1985, aquando da reabertura do curso de Licenciatura em Geologia na UEM.
Entretanto, para fazer face aos actuais desafios de desenvolvimento, aliado a crescente procura por especialistas em geologia no país, a UEM introduziu recentemente um curso de licenciatura e dois de mestrado na área das geociências. "Com estes cursos o número de graduados irá aumentar”, disse.
Até bem recentemente a UEM era a única instituição que formava geólogos ao nível de graduação e de pós-graduação, no país.
O quarto Seminário sobre Geociências em África envolve 44 apresentações orais, 19 Posters, sessões plenárias de discussão sobre o futuro da Geoscience Information in Africa (GIRAF), uma sessão específica sobre minerais industriais e uma sessão dedicada a Moçambique, onde será apresentado o sector dos recursos minerais.
Para o Secretário Permanente do Ministério dos Recurso Minerais e Energia, Alfredo Nogueira, a realização deste evento no país simboliza o reconhecimento do trabalho que Moçambique tem vindo a desenvolver no campo da pesquisa e exploração dos recursos minerais nos últimos tempos.
Nogueira frisou que o uso da geoinformação permite gerir a prevenção, monitoria e mitigação de vários fenómenos naturais para o benefício da população. Por isso, disse esperar que o seminário contribua para a planificação e gestão integrada da informação das geociências e o fortalecimento e colaboração de especialistas da área.
Para responder à procura por quadros no sector de geologia no país, o governo aprovou, em 2010, uma estratégia de formação que visa formar, até 2025, cerca de 4500 técnicos de diversas especialidades dentro e fora do país. actualmente, cerca de mil jovens moçambicanos encontram-se fora do país para formação na área de geologia.
O quarto Seminário sobre Geoinformação no continente africano é uma organização da UEM e do Ministério dos Recursos Minerais e Energia e parceiros de cooperação.
Moçambique é o quarto país a acolher o evento, depois da Tanzânia, Namíbia e Gana.