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“CePTMar já cobre o país, a região austral e os países de língua portuguesa”

- Mestre Noca Furaca, Director do CePTMar

Noca-Furaca-EntrevistaO Centro de Pesquisa e Tecnologias do Mar (CePTMar) completa, este ano, cinco anos de existência, desde a sua criação, cuja missão é o desenvolvimento da investigação científica. O Director do Centro, Mestre Noca Furaca, faz um balanço positivo, atendendo o nível e o avanço das actividades desenvolvidas. Desde a sua fundação, em 2018, o CePTMar sempre se guiou pelas cinco linhas de orientação, nomeadamente a pesca e aquacultura; a pluviosidade e a conservação; os ecossistemas; as energias renováveis; e a gestão integrada das zonas costeiras.
Segundo o Director, no início não era possível cobrir as cinco áreas definidas pelas linhas de orientação do Centro, mas, volvidos cinco anos, já decorrem actividades em todas as áreas.
Garante que foi possível estabelecer parcerias e garantir a sua sustentabilidade, mas prevalecem desafios mormente à necessidade de mais investigadores para fazer face à demanda, bem como a mobilização de mais recursos para as actividades de investigação.

Director, qual era o raio de cobertura quando começaram?
Na altura cobríamos actividades internas ao nível da província da Zambézia, mas, com o andar do tempo, fomos cobrindo o país e a região austral de África e os países de Língua Oficial Portuguesa, incluindo Brasil e Portugal.
Neste momento, estamos muito focados na mobilização de recursos para materialização de mais projectos de investigação. Desde a criação do CePTMar, temos tido algum sucesso na mobilização de fundos para aplicação a nível interno e internacional e pretendemos continuar nesse rítmo.

Quais são os projectos de investigação em curso neste momento?
Neste momento, estão em andamento três projectos principais com duração de até 5 anos, nomeadamente o projecto de reflorestamento de mangal ao nível da província da Zambézia, que vai cobrir os distritos de Inhassunge, Chinde, Quelimane, Namacurra, Maganja da Costa e Pebane, portanto, toda a zona costeira da Zambézia.
Este projecto de reflorestamento inclui actividades como a Avaliação do Carbono retido no solo do Mangal, o Mapeamento das Áreas Degradadas, Avaliação das Condições para o Reflorestamento e a Actividade do Plantio dos Mangais. Uma outra actividade que consideramos importante é encontrar soluções junto das comunidades para reduzir a pressão que é feita sobre o mangal.
O financiador pretende financiar actividades alternativas que a população sugerir, por forma a reduzir a pressão sobre o corte do mangal.
Temos também um projecto no Porto de Nacala, o monitoramento das condições ambientais, isto devido ao alargamento do Porto. Fazemos a avaliação da oceanografia (avaliação da água), uma actividade diária. Durante os trabalhos no Porto de Nacala, ocorrem despejos de resíduos sólidos e líquidos ao mar.
Por outro lado, pode haver alteração da profundidade das águas do Porto devido às actividades que decorrem, visando o alargamento do espaço do Porto de Nacala. Portanto, temos estado a fazer o monitoramento das condições ambientais, enquanto decorrem actividades de alargamento do espaço do Porto de Nacala.
Estamos também a implementar um projecto juntamente com a WCS, focalizado na comercialização de algumas espécies de tubarões, isto porque, na Praia de Zalala, há muita captura deste animal. Como há espécies que devem ser protegidas, temos que avaliar o fluxo da sua comercialização.

E quais são os grandes desafios do CePTMar cinco anos após a sua criação?
Como Centro, temos muitos desafios. Um deles tem a ver com os recursos humanos, precisamos de mais técnicos e, infelizmente, agora não é possível contratar.
Mas, como estamos próximos da Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras de Quelimane, temos recorrido a estudantes e quadros da Escola para desenvolver as novas actividades.

Quantos investigadores o Centro tem actualmente?
Temos quatro investigadores efectivos e temos contado com parceria de outras unidades dentro da UEM e de outras instituições ao nível da província da Zambézia e do país.

Qual é o impacto deste Centro na província e no país?
Temos contribuído muito em actividades relacionadas com a protecção costeira ao nível do país e também da poluição e gestão ambiental. Temos actividades nas províncias da Zambézia, Nampula, Cabo Delgado, Inhambane e Gaza. Por exemplo, em Gaza, o CePTMar em parceria com o Governo de Xai-Xai, solucionámos a questão dos afogamentos que se registavam na Praia de Xai-Xai, onde constatamos a existência de correntes de retornos no mar, que direccionam para o interior das águas, é muito frequente em praias com características côncavas. Foi possível colocar algumas placas, como sendo zonas de perigo e fizemos o mesmo trabalho na praia de Tofo, em Inhambane.
Em outras províncias, temos estado a fazer um trabalho sobre a erosão que afecta as comunidades locais e governos distritais. Temos feito estudos para identificar as causas e propor soluções para a sua mitigação.

Quais são as perpectivas? O que podemos esperar do CePTMar a médio e longo prazo?
Estamos optimistas em relação ao futuro, principalmente tendo em conta aquilo que conseguimos alcançar nos últimos cinco anos. Criámos novas parcerias e alcançámos a sustentabilidade, já oferecemos treinamento para os países da região e os de Língua Oficial Portuguesa. Nosso foco é continuar a trabalhar de acordo com a nossa Missão.

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